5 razões que podem fazer você abandonar o Spotify

O Spotify é, hoje, a plataforma de streaming musical mais usada no mundo, oferecendo acesso a um vasto acervo de diferentes gêneros, ferramentas de criação de playlists e reprodução sob demanda.

Apesar de sua inquestionável conveniência, essa facilidade de acesso às músicas levanta questionamentos importantes. Veja a seguir cinco pontos que você deve considerar ao apertar o play na plataforma.

Preço do serviço

Talvez, o principal motivo para não assinar o Spotify (ou qualquer outro serviço de streaming de música) seja o preço. Quando chegou ao Brasil, em 2014, o serviço custava US$ 6 (algo em torno de R$ 15 na cotação da época), segundo o G1.

De lá para cá, o Spotify sofreu vários ajustes, chegando aos atuais R$ 23,90 mensais no plano individual. Curiosamente, a cotação do dólar mudou tanto nos últimos anos, que está mais barato assinar o Spotify hoje do que no seu lançamento.

(Imagem: Yalcin Sonat/Shutterstock)

Ainda assim, a realidade é que dificilmente temos somente um único serviço de streaming no cartão de crédito. Geralmente, acumulamos assinaturas de vídeos, músicas e serviços (como Prime Video). Por isso, às vezes pode ficar difícil manter a mensalidade do Spotify.

Quando comparamos apenas o preço, a assinatura mais barata é do Apple Music (R$ 21,90 por mês), seguida pelo Spotify (R$ 23,90 por mês), Deezer (R$ 24,90 por mês) e YouTube Music (R$ 26,90​ por mês dentro do pacote YouTube Premium, que oferece outros benefícios, como vídeos sem anúncios).

O catálogo não é completo

A biblioteca do Spotify é realmente extensa, porém não é completa. Atualmente, o catálogo da plataforma tem mais de 100 milhões de faixas, quase 7 milhões de podcast e 350 mil audiobooks, segundo o site da empresa.

Os principais motivos para isso acontecer são questões de remuneração de artistas, licenciamento das obras e acordos de exclusividade do cantor ou banda com outra plataforma de streaming.

Talvez, Taylor Swift seja o principal nome que tenha ficado fora do catálogo do Spotify, Google Play e Amazon Music. Entre os anos de 2014 e 2017, a cantora não fez parte dessas plataformas, criticando a política de royalties e afirmando que “música não deveria ser de graça“.

Taylor Swift ficou quase 3 anos fora do Spotify. Imagem: Brian Friedman/Shutterstock

Diante do tamanho do catálogo do Spotify, é difícil acreditar que gêneros muito nichados fiquem de fora do catálogo. Mas ainda assim é possível, principalmente nos casos em que não existam gravações digitais disponíveis, como é o caso de artistas do início do século 20, cujas músicas ficaram restritas a discos de 78 rpm ou, posteriormente, a vinis LP.

Artistas retiram suas músicas

Volta e meia, alguns artistas saem do Spotify. Em julho de 2025, a banda australiana King Gizzard & the Lizard Wizard anunciou que retiraria seu catálogo da plataforma em protesto contra o investimento de € 600 milhões do CEO Daniel Ek na empresa de tecnologia militar Helsing, segundo o The Guardian. Outras bandas independentes, como Deerhoof, Xiu Xiu e Hotline TNT se juntaram ao movimento, segundo Pitchfork.

Além desses boicotes recentes, polêmicas anteriores deixaram lacunas no acervo. Em 2022, Neil Young e Joni Mitchell retiraram suas músicas depois de criticarem o podcast de Joe Rogan por disseminar desinformação sobre COVID‑19.

Neil Young durante show na Holanda, em 2019 (Ben Houdjik/Shutterstock)

No entanto, em 2024, Rogan assinou um contrato que permitia que seu podcast fosse distribuído no Apple Podcasts, YouTube and Amazon Music, segundo The Guardian. Com isso, Young voltou ao Spotify no mesmo ano, explicando que não poderia boicotar todas as plataformas de streaming. Já Joni Mitchell fez um retorno silencioso à plataforma, de acordo com o site Jambands.

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Remuneração injusta aos artistas

Estima-se que o valor do royalty pago pelo Spotify aos artistas gire em torno de US$0,00397 por reprodução. Segundo o site Printify, esse valor pode chegar a US$ 0,005, de acordo com o país do ouvinte e o tipo de assinatura (gratuita ou premium)

Para se ter uma ideia, seria necessário um milhão de streams por mês para ganhar algo em torno de US$ 3 mil a US$ 5 mil. No entanto, a maior parte da receita bruta vai para os detentores dos direitos (geralmente, gravadoras e distribuidores).

E, mesmo que a banda recebesse US$ 5 mil líquidos, esse valor seria dividido entre os componentes do grupo. Ou seja, se considerarmos cinco integrantes, cada um deles ganharia somente US$ 1 mil.

Imagem: Ferhat Can / iStock

Infelizmente, nesse caso, os artistas não têm muita alternativa. Embora os artistas façam shows e vendam merchandising, calcula-se que o streaming seja responsável por 84% da receita da indústria da música. Dentro desse segmento, com base em relatórios e análises mais recentes, calcula-se que o Spotify tenha 30% da participação de mercado em streaming de música em termos de assinantes.

Nesse cenário desfavorável, muitos artistas se submetem às regras da plataforma por considerá-la um mal necessário. Eles precisam buscar outras fontes de renda para sobreviver, mas não podem abrir mão da visibilidade que o Spotify oferece, mesmo quando isso não representa ganhos significativos. Apenas os profissionais de grande popularidade conseguem, de fato, lucrar de forma substancial.

Violação de segurança e controle de dados pessoais

O Spotify já foi alvo de diversas violações de segurança. Em 2020, um relatório da vpnMentor apontou que cerca de 350 mil contas foram expostas por um banco de dados desprotegido, revelando e-mails, nomes de usuário e senhas. Anos antes, em 2016, usuários relataram a veiculação de anúncios maliciosos dentro da plataforma.

Mais recentemente, em 2025, a empresa se irritou ao descobrir que 10 mil usuários venderam seus próprios dados para treinar sistemas de inteligência artificial. O episódio reacendeu o debate sobre a real posse dessas informações e reforçou críticas à burocracia da companhia, que impõe barreiras ao acesso dos usuários aos seus próprios dados, mantendo para si o controle sobre eles.

Essa não é a primeira vez que o Spotify é questionado sobre o controle das informações de seus usuários. Em 2023, segundo o TechCrunch, a Autoridade Sueca de Proteção de Dados multou a empresa em cerca de €5 milhões por não fornecer respostas completas a pedidos de acesso feitos por usuários, em descumprimento ao GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia).

O processo começou em 2019, a partir de uma denúncia da ONG noyb, e só foi concluído após anos de atrasos e disputas judiciais. O caso reforça a dificuldade dos usuários em exercer direitos básicos de transparência e acende a pergunta: afinal, de quem são os dados, da plataforma ou dos usuários?

Imagem: Chubo – my masterpiece/Shutterstock

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