A SpaceX está buscando uma forma de criar uma versão móvel da Starlink, sua plataforma de internet via satélite, de acordo com documentação aditamento de patente preenchida pela empresa e enviada à Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA.
Falando em termos expressos, a empresa fundada por Elon Musk diz querer “adicionar a frequência de 2 gigahertz [GHz] de sua licença da Starlink para usuários móveis”. Na prática, a frequência de 2 GHz de conexão à internet implica em ela ser menos afetada por objetos no caminho entre o envio do sinal pelo satélite e a recepção dele para um dispositivo. Ou seja: isso seria extremamente amigável a dispositivos iOS e Android.
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Uma “Starlink móvel” viria bem a calhar para usuários remotos que não dispõem de uma rede energética para se conectar normalmente à internet via satélite da SpaceX (Imagem: rafapress/Shutterstock)
“Os americanos estão, cada vez mais, demandando conectividade onde quer que estejam, quando quiserem e independente do que estiverem fazendo. Particularmente, eles se acostumaram a serem capazes de se conectar [à internet] usando dispositivos pequenos, portáteis, que eles possam carregar consigo ou fixá-los a plataformas móveis”, diz trecho da documentação enviada à FCC.
A Starlink é a plataforma de internet via satélite da SpaceX. Inicialmente, ela foi desenvolvida apenas como uma opção de conexão banda larga para clientes localizados em regiões isoladas, onde o cabeamento de fibra óptica é deficiente – se não completamente ausente.
Entretanto, de uns anos para cá, o serviço se expandiu consideravelmente, e hoje a SpaceX opera cerca de 2,5 mil satélites e conta com meio milhão de usuários entre empresas e cidadãos comuns. A plataforma, no entanto, não é das mais baratas: no Brasil, a Starlink está disponível por uma mensalidade de R$ 530, fora o custo inicial de R$ 3 mil para a compra da antena e instalação de hardware e prometendo velocidade de download entre 100-200 Mbps e latência de até 20 milissegundos.
Pela documentação, a SpaceX diz ser capaz de levar a Starlink ao usuário móvel por meio da Swarm, a empresa de nanosatélites que a companhia de Elon Musk comprou em agosto de 2021, e que se especializa no envio de dados para dispositivos voltados ao conceito “Internet das Coisas”. A ideia é anexar pequenos módulos nos atuais satélites da Starlink, além de sugerir a criação de um “pequeno dispositivo portátil” para os usuários que não dependesse de uma tomada. Entretanto, a SpaceX não informou como seria tal dispositivo.
Adicionar conexão via satélite a dispositivos móveis não é algo inédito de se ouvir: em 2019, uma reportagem da Bloomberg afirmava que a Apple estudava formas de adicionar a capacidade de internet do tipo em seus iPhones. Entretanto, o projeto caiu no limbo e seu status atual é desconhecido.
Vale lembrar que o iPhone teria melhor conexão com satélites de baixa órbita (LEO) – o que não é o caso da Starlink, que lança seus satélites em caráter geoestacionário e mais alto que, digamos, empresas como OneWeb e o futuro Projeto Kuiper da Amazon.
Sem falar que qualquer opção do tipo teria que ter uma latência muito baixa, a fim de assegurar velocidade e estabilidade de conexão. No passado, a Apple disse que tal possibilidade não seria para uso comercial, mas sim para o envio de sinais de emergência em áreas onde a conexão comum não fosse possível.
Diz a SpaceX que uma “Starlink móvel” poderia atingir uma latência de 50 milissegundos (ms), o que é bem baixo. A questão é: “como?”
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