Após quase uma década no ar, Rainbow Six Siege recebeu uma das maiores atualizações de sua história: o chamado Siege X. Trata-se de uma espécie de recomeço técnico e conceitual do shooter tático da Ubisoft, com novidades significativas que modernizam o jogo — mas que, curiosamente, não transformam tanto assim a experiência.
E isso, no fim das contas, pode ser visto como um acerto. A seguir, confira nossa breve análise após testar a atualização que transformou R6 em um jogo free-to-play, mas sem perder a essência do jogo original.
- Fique por dentro: Rainbow Six Siege X estreia em junho com novas mecânicas, sistema anti-cheat e mais; Confira as novidades!
Um Siege moderno, mas ainda Siege
O novo pacote de mudanças introduz interações inéditas nos mapas, como extintores de incêndio e encanamentos de gás explosivo. Eles oferecem uma camada extra de complexidade às decisões táticas, mas não distorcem o DNA do game.
São elementos pontuais, quase discretos, que ampliam a dinâmica sem roubar a cena. Em um jogo onde o som de passos e a destruição de paredes moldam o ritmo das partidas, adicionar novas variáveis sem desorganizar o núcleo é um mérito.
A nova modalidade 6v6, chamada Dual Front, segue a mesma filosofia. É mais casual, mais ampla, mas ainda carrega a essência estratégica que define Siege desde o começo. O mapa é imenso, há múltiplas decisões por minuto e os combates acontecem em vários pontos simultaneamente.
Porém, o modo ainda carece de refinamento. Nem todos os operadores estão disponíveis, e o balanceamento deixa a desejar em algumas situações. Não é um problema grave, mas mostra que a Ubisoft terá trabalho para ajustar a novidade ao longo do tempo.
Novas mecânicas e som
Além dos acréscimos mais visíveis, Siege X traz uma leva de melhorias de qualidade de vida que tornam a experiência mais fluida e menos maçante. O redesenho de algumas mecânicas básicas, como a corrida com rapel, não revoluciona o jogo, mas atende a pedidos antigos da comunidade e contribui para um ritmo de jogo mais natural e intuitivo.
O novo sistema de som é outro exemplo de melhoria sutil, mas valiosa. A Ubisoft reformulou a espacialidade e o comportamento do áudio para torná-lo mais preciso, especialmente em ambientes verticais ou com múltiplos andares.
A mudança exige um período de adaptação: é preciso escutar com mais atenção, entender a nova forma como sons se propagam e, principalmente, reaprender certos padrões auditivos. Mas, no fim, o que se ganha é um Siege mais robusto — ainda focado em atenção, resposta rápida e cooperação entre jogadores.
Visual renovado, sem exageros
Outro ponto de destaque está na parte visual. Siege X atualiza menus, texturas e outros elementos gráficos de forma discreta, porém importante. São mudanças voltadas à modernização, mas sem agredir a identidade visual do game — e, principalmente, sem impactar os fundamentos técnicos que os jogadores competitivos valorizam.
Afinal, Siege nunca foi um jogo conhecido por seus gráficos exuberantes. Ele sempre se apoiou na precisão, no som, nos ângulos e nas microdecisões em ritmo tenso. Muitos jogadores experientes, inclusive, preferem reduzir a qualidade visual ao mínimo para evitar distrações. Nesse sentido, as atualizações estéticas de Siege X cumprem seu papel: atualizam, mas não atrapalham.
Uma atualização gigante
No fim das contas, Rainbow Six Siege X é uma repaginada ambiciosa de um jogo que já era sólido. Ele traz novidades bem-vindas, ajusta elementos técnicos importantes e tenta conversar com públicos mais amplos — tudo isso sem mexer no que realmente importa.
Rainbow Six Siege X é uma repaginada ambiciosa de um jogo que já era sólido.
A Ubisoft acerta ao respeitar a fórmula que fez de Siege um dos shooters mais técnicos e interessantes dos últimos anos. Claro, há desafios: o novo modo precisa de ajustes, a comunicação com a comunidade segue essencial e o jogo requer zelo contínuo para não perder a identidade em meio a tantas mudanças. Mas Siege X mostra que é possível evoluir com cuidado, sem abandonar as raízes.
Vale a pena?
Como alguém que acumula mais de 1,3 mil horas de jogatina ao longo de mais de cinco anos, acompanhei de perto as transformações de Rainbow Six Siege. Não sou um jogador de elite — longe disso, na verdade —, mas passei tempo suficiente para entender as particularidades que definem o título, desde o comportamento da comunidade até os ajustes delicados que moldaram o metagame com o tempo.
Essa experiência prolongada me permite enxergar Siege X com a perspectiva de quem já viu o jogo errar, acertar e se reinventar várias vezes. Por isso, vejo com bons olhos essa nova fase: não por ser revolucionária, mas por manter viva a essência de um dos FPS mais inteligentes e exigentes da atualidade.
Rainbow Six Siege X já pode ser jogado no PC e consoles PlayStation e Xbox. Enquanto a edição Elite custa a partir de R$ 99, o acesso grátis está disponível sem custos em todas as plataformas.
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