Como reportado pelo Olhar Digital, a Nvidia atingiu um valor de mercado de US$ 3,92 trilhões nesta semana, chegando perto de ser a empresa mais valiosa da história. Isso porque a expectativa é que a companhia atinja os US$ 4 trilhões em poucos meses. Algo parecido deve acontecer com a Microsoft.
No entanto, ao contrário da gigante dos chips, a big tech por trás do Windows e do pacote Office tem alguns desafios ‘extras’ pela frente, que incluem a própria adesão aos seus serviços de IA e a parceria ameaçada com a OpenAI.

Nvidia x Microsoft: o que elas têm de diferente?
O crescimento de ambas empresas se deu principalmente pela inteligência artificial, que tem impulsionado o mercado de tecnologia como um todo. Basta olhar os investimentos bilionários nesse setor nos últimos anos.
A Nvidia tem um trunfo nesse sentido: apesar de ter softwares em seu portfólio, a companhia é uma fabricante de chips. E qualquer empresa que queira trabalhar com inteligência artificial precisa de um chip. Logo, a gigante se torna uma fornecedora global indispensável.
Já a Microsoft não. A big tech é até maior do que a ‘rival’ em termos de receita anual, mas não vende um hardware essencial. No lugar, a companhia aposta em serviços.
A projeção é que ambas cheguem aos US$ 4 trilhões em valor de mercado (algo que ultrapassaria os R$ 21,5 trilhões) nos próximos meses. No entanto, o caminho da Microsoft até lá deve ser um pouco mais complicado que o da Nvidia.

O que falta para a Microsoft?
Como falamos, a Microsoft vende serviços. Você deve usar (ou já ter usado) o sistema operacional Windows ou o pacote Office, que inclui Word, Excel e PowerPoint. Ou, mais recentemente, o Copilot, inteligência artificial da empresa.
No entanto, a adesão a esses produtos depende dos clientes (físicos e jurídicos) que estão dispostos a pagar por eles. E o crescimento da empresa depende daqueles que se dispõem a pagar ‘a mais’ pelos serviços de IA.
De acordo com o Wall Street Journal, para que isso aconteça, a IA terá que se tornar uma ferramenta corporativa “transformadora” e totalmente essencial à vida cotidiana – como o sistema operacional Windows é e o Word já foi um dia.
Muitos acreditam que é uma questão de “quando” e não de “se” a Microsoft vai chegar aos US$ 4 trilhões. Afinal, a empresa está crescendo. Mas, no cenário competitivo do mercado de tecnologia, o “quando” também importa.

Os desafios para o crescimento da Microsoft
Além dos produtos de IA, a Microsoft conta com o Azure, seu braço de computação em nuvem. Segundo o WSJ, de acordo com estimativas da Visible Alpha, essa divisão gerou uma receita de US$ 11,5 bilhões no ano fiscal recém-encerrado.
No entanto, a IA ainda é essencial no crescimento.
A Microsoft investiu pesado na OpenAI, o que resultou no ChatGPT. Atualmente, a big tech integra o chatbot aos seus serviços… mas a parceria anda em crise. A OpenAI quer mudar seu regime de lucros (o OD deu os detalhes aqui), algo que a parceira de negócios não concorda completamente. Além disso, se atingir a “inteligência artificial geral”, a desenvolvedora tem direito de limitar o acesso a suas tecnologias. Ou seja, acabou a parceria.
Para piorar, a Microsoft também tem enfrentado dificuldades no desenvolvimento de seus próprios chips de IA. Na teoria, isso diminuiria a dependência dos produtos da Nvidia. Já na prática, não está funcionando.
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E tem mais: a big tech está fazendo cortes massivos de empregos. Como reportado pelo Olhar Digital, a Microsoft planeja demitir cerca de nove mil funcionários, cerca de 4% da sua força de trabalho global.
Apesar das demissões em massa serem uma verdadeira tendência entre empresas tech, a big tech só conseguiria cortar gastos até certo ponto. Depois disso, a IA precisaria fazer o seu papel. E por enquanto, esse papel tem sido bem limitado.
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