Um consórcio formado por veículos de publicação independente na internet entrou com uma ação judicial contra a Google na União Europeia e no Reino Unido. O grupo acusa a empresa de práticas anticompetitivas de mercado com a função AI Overviews, que é chamada de Visão Geral Criada por IA na versão em português do Brasil.
De acordo com a Reuters, o conjunto de veículos pediu “medidas preventivas” para prevenir o que é chamado de “danos irreparáveis” ao modelo de negócios de vários sites responsáveis por publicação de conteúdo.
Até agora, a comissão responsável por analisar o caso ainda não se manifestou oficialmente. Essa não é a primeira entidade que reúne grupos de imprensa e publicação de conteúdo que protesta publicamente contra o assunto.
Visão Geral Criada por IA é o recurso do buscador do Google que agora exibe um resumo de termos procurados pelo usuário em forma de texto e tópicos, contendo os principais pontos sobre um assunto. Esse conteúdo é posicionado acima dos tradicionais links de resultados em uma pesquisa e nem sempre aponta de forma objetiva quais foram as fontes consultadas e onde ler mais sobre o tema — e essa é a principal preocupação dos críticos da ferramenta.
O que dizem os dois lados
A alegação do Independent Publishers Alliance é de que a Google está abusando de um poder já existente no mercado de buscas, ampliando o seu domínio com o novo resumo por IA. Como usuários deixam de acessar as páginas e se contentam com essa visão geral, a prática estaria reduzindo drasticamente a receita, os acessos e a taxa de leitura de projetos que dependem muito das visitas via buscador.
Essa acusação de monopólio não é novidade: a Google foi oficialmente considerada monopólio tanto em buscas quanto no setor de anúncios em processos nos Estados Unidos e corre riscos até de fragmentação dependendo da decisão do governo local.

A acusação pede que a Google adicione um botão de proibição para que conteúdos de um site sejam extraídos e usados no Visão Geral Criada por IA. O consórcio exige ainda a possibilidade de impedir que o material de uma página seja extraído e utilizado pelo sistema da Google sem que isso resulte em penalizações no ranqueamento.
Em nota enviada à Reuters, a Google se defendeu dizendo que as novas experiências de IA na busca “permitem às pessoas fazer ainda mais perguntas, o que que novas oportunidades para que conteúdos e negócios sejam descobertos”. Ela ainda diz que relatórios apontando a queda no tráfego de busca por causa da IA são “altamente incompletos e enviesados“, já que vários fatores estariam envolvidos na possível redução de acessos em um site.
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