Estourar pipoca com um feixe de laser parece coisa de ficção científica, mas aconteceu de verdade e com um objetivo bem sério por trás. A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), bateu um recorde de transmissão de energia sem fio ao enviar 800 watts de potência a uma distância de 8,6 km.
O experimento foi realizado no Campo de Mísseis White Sands, no Novo México, EUA. O projeto faz parte do programa POWER (Persistent Optical Wireless Energy Relay), que busca novas formas de fornecer energia a locais remotos sem depender de fios ou baterias.
Tanto o transmissor quanto o receptor estavam posicionados no solo, o que exigiu que o feixe de laser atravessasse a camada mais densa da atmosfera. O sucesso na missão mostra um avanço significativo na transmissão de energia sem fio.
Como funciona o laser?
No centro da inovação está um receptor compacto, projetado para capturar o feixe com extrema precisão. A luz atravessa uma pequena abertura, é refletida por um espelho parabólico e redirecionada para um conjunto de células fotovoltaicas.
Parte dessa energia foi usada para estourar pipoca no local do teste. Apesar da “brincadeira”, o fato curioso representa um marco no campo dos estudos sobre transmissão de energia. O recorde anterior da DARPA era de 230 watts a 1,7 km.
Agora, a marca é de 800 watts a 8,6 km, um avanço expressivo tanto em alcance quanto em potência. “Quebramos todos os conceitos ultrapassados sobre os limites dessa tecnologia”, disse Paul Jaffe, gerente do programa. Para ele, a demonstração pode transformar como pensamos o fornecimento de energia em ambientes de difícil acesso.
Aplicações no setor civil e militar
A tecnologia tem aplicações promissoras, especialmente em operações militares ou áreas afetadas por desastres naturais, onde transportar cabos e baterias é caro, demorado e arriscado. A transmissão de energia por feixe de luz pode tornar esse processo mais eficiente.
O próximo passo da DARPA é escalar o sistema para abastecer drones (VANTs) em pleno voo, permitindo que permaneçam ativos por mais tempo sem pousos para recarga. Isso ampliaria o alcance das operações e reduziria a dependência de infraestrutura no solo.
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Além do uso militar, a inovação já atrai o interesse do setor civil. A possibilidade de transmitir energia à distância, com precisão e segurança, abre caminho para aplicações em áreas como telecomunicações, energias renováveis e mobilidade elétrica.
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