A União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão da ONU, recomendou que empresas adotem tecnologias avançadas para identificar e eliminar desinformação e conteúdos manipulados por inteligência artificial — como deepfakes —, a fim de mitigar os riscos crescentes de fraudes financeiras e interferência eleitoral.
O alerta consta em relatório divulgado durante a “Cúpula IA para o Bem”, realizada em Genebra, como informa a Reuters.

Deepfakes causam danos no ambiente digital
- Os deepfakes — vídeos, áudios e imagens gerados por IA com aparência realista — são um dos principais desafios atuais, segundo o chefe de padronização da UIT, Bilel Jamoussi.
- Devido à dificuldade de distinguir o falso do verdadeiro nas redes sociais, a confiança dos usuários tem caído.
- A UIT defende a criação de padrões globais e o uso de ferramentas de verificação digital por plataformas de conteúdo, para autenticar mídias antes do compartilhamento.
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Medidas unificadas para identificar conteúdo falso
Leonard Rosenthol, da Adobe, destacou a importância da procedência digital como critério para avaliar a confiabilidade do conteúdo.
A pesquisadora Farzaneh Badiei, da Digital Medusa, alertou que a ausência de uma autoridade internacional centralizada e a existência de soluções fragmentadas tornam os deepfakes ainda mais perigosos.
Já a UIT está desenvolvendo padrões para marcas d’água em vídeos — que compõem 80% do tráfego da internet — com dados sobre autoria e data.
Tomaz Levak, da Umanitek, reforçou que o setor privado deve agir com proatividade e investir em educação digital. Segundo ele, o avanço da IA exige que as pessoas estejam preparadas para não serem enganadas por sistemas cada vez mais sofisticados.

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