A autorização do governo dos Estados Unidos para que a Nvidia retome a venda de chips para a China foi considerada uma grande vitória de Jensen Huang, CEO da gigante da tecnologia. A decisão animou os investidores, de olho em ganhos ainda maiores para a empresa.
Segundo a companhia, a proibição da Casa Branca havia resultado em prejuízos importantes dentro do mercado chinês. No entanto, analistas ouvidos pela CNBC destacam que a big tech não deve ter uma vida fácil na tentativa de recuperar o mercado perdido no país.

Nvidia pressionou pela volta do comércio com a China
- A retomada das vendas dos chips da Nvidia para a China aconteceu após uma reunião do CEO da empresa com Trump.
- Huang já havia se manifestado publicamente contra os controles de exportação dos EUA.
- Segundo ele, a proibição das vendas é prejudicial até mesmo para os interesses dos Estados Unidos, uma vez que incentiva a indústria doméstica de outros países, em especial da própria China.
- Neste sentido, a Nvidia vinha tentando se equilibrar entre as duas principais potências globais.
- De um lado, garantindo que vai realizar novos investimentos em território norte-americano.
- E de outro, tentando manter sua participação no mercado chinês.
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Pequim pode dificultar os planos da fabricante de chips
Embora os chips H20 agora possam ser vendidos novamente no mercado chinês, isso não significa que a Nvidia conseguirá recuperar sua antiga participação de mercado dentro do país. Segundo a empresa global de pesquisa e corretagem de ações Bernstein, esse número chegou a ser de 66% em 2024, mas caiu para 54% neste ano.
Os controles de exportação dos EUA criaram uma oportunidade única para os fornecedores domésticos de processadores de inteligência artificial. Neste cenário, Pequim investiu pesado para desenvolver sua própria indústria e não deve aceitar “devolver” o espaço conquistado.

A China quer deixar algumas alavancas para potencialmente restringir chips de IA externos em algum momento, se e quando sentir que sua tecnologia doméstica é realmente competitiva. A complexidade contínua das relações China-EUA as relações comerciais podem trazer mais complicações à medida que as negociações continuam e a China tenta consolidar sua própria estratégia de IA.
Daniel Newman, CEO do The Futurum Group
Um exemplo disso é a recente abertura de uma investigação contra os chips H20 pelas autoridades chinesas. Esta medida provavelmente tem como objetivo criar certa hesitação entre os desenvolvedores chineses, estimulando a aquisição de produtos do país e não da Nvidia.
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