O governo federal está testando um aplicativo de mensagens próprio, voltado à comunicação interna entre seus membros. Desenvolvido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o app deve substituir plataformas populares como WhatsApp e Telegram dentro do ambiente institucional.
A Comissão de Controle de Atividade de Inteligência do Congresso Nacional foi informada sobre a existência do novo app em julho, durante uma reunião secreta com o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. A apresentação agora se tornou pública.
Inicialmente, o uso será restrito aos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que reúne órgãos públicos especializados na troca de informações estratégicas. A proposta, no entanto, é expandir o uso para toda a administração pública federal.
“A Abin vem desenvolvendo o Programa de Transformação Digital (PDX), que busca modernizar a comunicação segura disponibilizada ao Sisbin por meio de um app inovador, ágil e integrado à estratégia do governo digital”, diz o documento oficial. “A ferramenta já possui versão inicial e está em fase de testes”, completou a agência.
Governo federal tinha app, mas foi abandonado
O governo brasileiro já havia tentado algo semelhante com o aplicativo Athena, que foi descontinuado durante o governo de Jair Bolsonaro. Na época, o app foi rebaixado a uma função de envio de alertas e relatórios, perdendo suas funções de comunicação ativa.
O ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 evidenciou problemas no uso de apps comerciais para fins institucionais. Informes de inteligência sobre possíveis ataques foram enviados via grupos de WhatsApp, o que gerou questionamentos sobre segurança e organização.
Recursos do novo app de mensagens do governo
O novo app deve contar com funcionalidades como envio de mensagens de texto, fotos, vídeos e áudios, além de suporte a chamadas em tempo real e criação de grupos.
O sistema é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará e o Serpro, empresa pública de tecnologia. O projeto está em fase de validação pelo Ministério da Gestão, mas ainda não teve detalhes técnicos revelados.
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