A Amazon está investindo em um novo serviço de streaming chamado Showrunner, que se destaca por utilizar inteligência artificial generativa. A proposta é que os usuários possam criar suas próprias cenas ou até mesmo episódios inteiros de séries, usando apenas prompts de texto. Esse formato, segundo a empresa por trás do projeto, a Fable, é um passo para tornar o entretenimento mais interativo e pessoal.
A Fable, que já se refere ao Showrunner como “A Netflix da IA”, planeja oferecer uma plataforma de animação onde os usuários terão controle sobre a criação de conteúdo. Inicialmente, o acesso será gratuito, mas a empresa já tem planos de implementar uma assinatura mensal, com valores entre US$ 10 e US$ 20, para que os usuários possam gerar centenas de cenas.
Um teste com 10 mil usuários já foi realizado para aprimorar a plataforma.
O CEO da Fable, Edward Saatchi, acredita que usar a IA apenas para efeitos visuais é uma abordagem limitada. Ele imagina um futuro onde histórias como “Toy Story” possam ser “jogáveis” e ter milhões de novas cenas criadas pelo público, com a Disney mantendo a propriedade intelectual.
A Fable está em negociações com a Disney e outros estúdios de Hollywood para licenciar suas propriedades intelectuais, permitindo que os usuários do Showrunner trabalhem com personagens e universos já conhecidos.
Introducing Showrunner: the Netflix of AI
From our South Park AI experiment to today we’ve believed AI movies/shows are a playable medium.
We just raised a round from Amazon & more and the Alpha is live today
Comment for an access code to make with all our shows. pic.twitter.com/T3HWokEmOE
— The Simulation (@fablesimulation) July 30, 2025
Saatchi descreve essa mudança como a transformação do streaming em “entretenimento bidirecional”. Ele prevê um futuro onde o público, após assistir a uma série e gostar, possa criar novos episódios facilmente. A ideia é que a relação entre o público e o entretenimento seja completamente diferente nos próximos cinco anos, com uma maior participação do espectador.
Apesar do otimismo, Saatchi também expressou dúvidas sobre se as pessoas realmente desejam ser seus próprios “showrunners”. Ele ponderou que talvez a ideia não funcione se o público não se interessar por essa forma de criação de conteúdo. A proposta, no entanto, aponta para uma possível grande mudança na maneira como filmes e séries são consumidos.