Depois de quase 3 meses testando o novo Alienware Aurora aqui no escritório, havia uma pergunta que eu queria responder neste review. O que vale mais a pena na hora de comprar o seu tão sonhado desktop gamer poderoso: comprar peça por peça para garantir que você vai ter o melhor desempenho pelo menor preço possível, ou então comprar um sistema já montado, que normalmente custa mais caro, mas ter certeza de que já vai vir tudo funcionando direitinho direto da caixa?
A resposta dessa pergunta pode parecer óbvia, mas não existe uma resposta certa que vale para todo mundo. Para alguns é claro que é melhor comprar tudo separado porque assim é possível montar um PC gamer muito mais poderoso com o dinheiro que você gastaria em uma máquina como o Alienware Aurora 2025, lançado pela Dell no Brasil com fabricação nacional. Para outros, é obviamente melhor comprar um sistema pré-montado, mas de outras marcas, porque assim também é possível conseguir mais desempenho com o mesmo valor, e sem tantas partes proprietárias, o que facilita upgrades futuros.
Outros ainda defendem que uma opção como o Aurora é superior porque é muito difícil conseguir o mesmo desempenho sem ter que investir dias de estudo e pesquisa – além de garantir mais qualidade de design e o serviço de pós-venda que a Dell oferece. Nesse caso, o investimento extra vale a pena para não ter dor de cabeça antes ou depois da compra.
Então, como ter certeza se o Alienware Aurora 2025 vale ou não a pena para você? Neste review escrevo com honestidade tudo o que eu achei de cada aspecto dele para ajudar você a decidir qual é a resposta correta para você.
Design: você prefere beleza e praticidade ou liberdade e upgradeabilidade?
Comparado com o modelo anterior de desktop gamer da Alienware lançado aqui no Brasil, o Aurora R15, esse Aurora de 2025 é muito mais discreto. Sai o visual de espaçonave meio decolando, entra a torre em formato tradicional. Ainda assim, o estilo ainda conta com alguns elementos diferenciados, como quinas bem arredondadas, frente limpa, entrada de ar grande nas laterais da frente, acrílico transparente para mostrar o interior e LEDs configuráveis na entrada de ar, na ventoinha interna traseira e ao redor do cooler do processador.
A vantagem é que nesse formato é muito mais fácil de o desktop passar batido em um ambiente mais sério quando você quiser. É só desligar os LEDs no software e ele passa muito bem por uma torre comum. Mas com os LEDs ligados ainda dá para vem bem que é uma máquina diferenciada. Eu mesmo preferia a estética mais alienígena do anterior, por mais que esse aqui seja bem mais compacto: 11 centímetros a menos de altura, quase 3 a menos de largura e 5 a menos de profundidade, o que facilita na hora de posicionar.
• Dimensões (L x P x A): 19,7 x 41,8 x 45,8 cm;
• Peso: 15,37 kg no máximo.
O material continua sendo de plástico de boa qualidade, mas pelo menos agora todas as versões dele vêm com a janela transparente na lateral para mostrar o interior. Quem é fissurado em montar o próprio PC pensando meticulosamente em todo o posicionamento dos LEDs internos e até em ter os chips de memória com estética mais gamer provavelmente fica decepcionado com esse aqui. Já para mim, pelo menos fechado ele é bonito nas partes que importam e são facilmente visíveis. Não chega a me incomodar, mas também não me atrai tanto quanto o modelo anterior.
Com o novo design, tanto a entrada de ar pela grande abertura ou pelos hexágonos na lateral quanto a saída de ar pela parte superior foram aumentadas em mais de 50% cada em comparação com a geração passada. Assim, o fluxo de ar melhora, o que ajuda a manter temperaturas relativamente baixas e reduz o esforço das ventoinhas, o que também contribui para um funcionamento mais silencioso em geral. Sobre as temperaturas, realmente dá para ver pelo software da Alienware que ele consegue se manter bem abaixo dos limites recomendados para o processador até durante uso com games mais pesados. E eu também acredito na redução do ruído, já que é muito difícil ouvir a máquina trabalhando mesmo em uso prolongado e intenso.
Sobre as portas, as da frente não mudaram: ainda temos um conector P3 para fones com microfone, três USB-A 3.2 e uma USB-C 3.2, sendo essa última e uma das USB-A com PowerShare, ou seja, que conseguem carregar outros dispositivos mesmo se o desktop em si esteja desligado. Ele só precisa estar na tomada.
Portas frontais:
- 1x USB-A 3.2 1ª Geração (5 Gbps) com PowerShare;
- 2x USB-A 3.2 1ª Geração (5 Gbps);
- 1x USB-C 3.2 2ª Geração (10 Gbps) com PowerShare;
- 1x entrada P3 de 3,5 mm para fone e microfone.
Na parte traseira, os conectores de áudio foram simplificados para uma entrada e uma saída de linha e uma saída digital Sony/Philips. Tem também um USB-C 4 para conexão de até 20 Gigabits por segundo, outro USB-C 3.2 de 10 Gbps, mais dois USB-A 3.2 de 5 Gbps e outros dois USB-A 2.0 com Smart Power, além do conector para cabo de rede de alta velocidade. Continua faltando leitor de cartões SD, então quem quiser trabalhar aqui ainda precisa de um adaptador. Dependendo da placa de vídeo, ele também pode ter uma porta HDMI 2.1b e três portas DisplayPort 2.1b na RTX 5070, ou uma HDMI 2.1 e três DisplayPort 1.4a na RTX 4060Ti.
Portas traseiras:
- 1x Porta S/PDIF óptica;
- 1x saída de linha;
- 1x entrada de linha;
- 1x USB-C 4 (20 Gbps) com Power Delivery;
- 1x USB-C 3.2 2ª Geração (10 Gbps);
- 2x USB-A 3.2 1ª Geração (5 Gbps);
- 2x USB-A 2.0 (480 Mbps) com SmartPower;
- 1x Gigabit Ethernet TJ45 Killer E3100G (2.5 Gbps).
Portas da GPU:
- NVIDIA GeForce RTX 5070: 1x HDMI 2.1b + 3x DisplayPort 2.1b;
- NVIDIA GeForce RTX 40600Ti: 1x HDMI 2.1 + 3x DisplayPort 1.4a.
Por fim, vale mencionar também que continua muito fácil abrir a torre para eventuais limpezas, reparos ou upgrades. É só soltar um parafuso na traseira para liberar o painel lateral do gabinete. Em geral, no tópico design, eu gostei da praticidade e funcionalidade, mas não diria que foi paixão pelo visual igual eu senti pelo anterior.
Hardware: aguenta games pesados no Ultra?
As configurações que a Dell resolveu fabricar e vender no Aurora 2025 no Brasil incluem algumas variações. A mais básica tem o processador Intel Core Ultra 7 265KF, a placa de vídeo NVIDIA GeForce RTX 4060Ti com 8GB de VRAM GDDR6, 32 GB de RAM DDR5 – com slot para adicionar mais 32 GB – um SSD NVMe M.2 de 1 TB (também com possibilidade de você adicionar mais armazenamento depois), e suporte a WiFi 7 com a antena interna, diferente do anterior que precisava ficar com a caixinha de antena pendurada. No site da Dell, ainda com esse processador, investindo mais você pode trocar a GPU pela RTX 5070 e aumentar a RAM para 64 GB.
Além disso, há também a opção com o processador mais parrudo, que é o Intel Core Ultra 9 285K. Nesse caso, a única opção de GPU é a RTX 5070, mas você ainda pode escolher entre pagar um pouco menos pela configuração com 32 GB de RAM, que é a que eu recebi para esse review, ou subir para 64 GB no total. A Dell não trouxe opções com GPUs mais poderosas para o Brasil, mesmo considerando que no exterior esse modelo tem uma versão com a 5080. Todo o resto da configuração é igual e todas as variantes vêm com sistema de resfriamento líquido de 240 mm para o processador.
Hardware
- CPU: Intel Core Ultra 7 265KF (20-core, cache de 66MB, até 5.5GHz) ou Core Ultra 9 285K (24-core, cache de 76MB, até 5.7GHz);
- GPU: NVIDIA GeForce RTX 4060 Ti ou RTX 5070;
- Memória: 32 GB (2x 16GB) ou 64 GB (2x 32 GB) DDR5 5.200 MT/s;
- Armazenamento: SSD PCIe NVMe M2 de 1 TB;
- Conectividade: Wi-Fi BE200 (2×2) 802.11ax e Bluetooth.
A fonte de alimentação é de 1000W e tem certificação Platinum, o que significa que ela dá e sobra para as configurações disponíveis e em teoria daria também para aguentar caso você fizesse o upgrade da GPU você mesmo. No entanto, a fonte vem com uma escolha estranha de cabos de alimentação, incluindo dois cabos de 8 pinos e dois de 6, o que dificulta o upgrade para GPUs mais potentes, que geralmente precisam de três cabos de 8 pinos.
Outro ponto negativo nesse sentido é que a placa-mãe usada pela Dell nesse Alienware também é proprietária, com um formato incomum. Então, se chegar o momento em que você precisaria trocar esse componente para fazer upgrade, será necessário fazer modificações ou depender da assistência oficial da marca.
Com as configurações que testei, que só não incluem o máximo de RAM, o Aurora 2025 tirou de letra quase tudo que eu tentei fazer nele. Quase todos os jogos rodaram tranquilamente e com altas taxas de quadros com tudo no Ultra, ray-tracing ativado e tudo mais. O único momento em que vi o desempenho do Aurora não dar conta foi quando coloquei o ray-tracing e path-tracing no máximo ao rodar Cyberpunk 2077 com todo o resto no Ultra. Ainda assim, bastou reduzir um pouco o nível do ray-tracing e o jogo voltou a rodar sempre acima dos 60 frames com uma experiência visual muito acima do que eu conseguiria em qualquer console.
Ou seja, o Alienware Aurora 20245 é uma máquina que você vai conseguir tirar da caixa, instalar e jogar de tudo que tem no mercado com um nível gráfico lindo e desempenho excelente, e que vai dar conta de todos os jogos que saírem nos próximos anos. Upgrades mais simples devem ser fáceis, como no caso de processador que não mude o soquete, as memórias ou GPUs que usem a mesma alimentação, mas upgrades mais complexos provavelmente vão depender da assistência oficial da Dell. É um problema que soa grave para quem já sabe o suficiente sobre hardware de PC para pensar nisso, mas, novamente, para esse tipo de pessoa provavelmente valeria mais a pena investir em montar a própria máquina de qualquer forma.
Software: melhorou da versão anterior para cá?
O sloftware mais básico disponível é o Windows 11 Home, por mais que você possa pagar mais para ter a versão Pro do sistema – o que só vai ser necessário para quem for usar para trabalhos bem específicos. É o sistema compatível com a maior quantidade de jogos, então isso é definitivamente um bônus em um PC gamer.
- Sistema Operacional: Windows 11 Home.
O Aurora continua vindo com os apps da NVIDIA instalados, o que facilita nas atualizações de drivers da GPU e otimizações para jogos novos, e tem o Alienware Command Center, que recebeu ótimas atualizações desde quando eu avaliei o modelo anterior. A interface do app está mais amigável, especialmente para controlar o sistema de iluminação tanto do Aurora quanto de periféricos da Alienware, além de permitir avaliar a intensidade do trabalho e as temperaturas dos componentes do sistema.
Também é possível para criar presets no programa tanto de iluminação quanto de desempenho de acordo com cada jogo – e você pode até fazer overclock da máquina para extrair desempenho extra dela se quiser. Como o resfriamento garante uma sobra de cerca de 20ºC entre o pico de funcionamento normal do Aurora e o máximo recomendado para a CPU, até há uma folga boa aqui para quem curte esse nível de uso de PCs.
O Alienware Aurora vale a pena?
Nas configurações mínimas, o que inclui o Core Ultra 7 265KF, a RTX 4060Ti e 32 GB de RAM, o Alienware Aurora sai a partir de R$ 13.997 à vista no site da Dell. Na versão que eu testei, com o Core Ultra 285K, a RTX 5070 e 32 GB de RAM, ele sai por R$ 17.498. Aumentando para 64 GB ele chega ao valor máximo de R$ 18.197.
Preços:
- Core Ultra 7 265KF, 32 GB, RTX 4060Ti: R$ 13.997 à vista;
- Core Ultra 7 265KF, 64 GB, RTX 4060Ti: R$ 14.698 à vista;
- Core Ultra 7 265KF, 32 GB, RTX 5070: R$ 15.997 à vista;
- Core Ultra 7 265KF, 64 GB, RTX 5070: R$ 16.698 à vista;
- Core Ultra 9 285K, 32 GB, RTX 5070: R$ 17.498 à vista;
- Core Ultra 9 285K, 64 GB, RTX 5070: R$ 18.197 à vista.
No lançamento da Dell havia kits promocionais que incluíam mouse, teclado ou monitor da Alienware, mas agora os kits não estão mais disponíveis. Os preços atuais incluem apenas a torre e seus componentes internos, sem mais nada. Quem quiser comprar os acessórios precisa incluir isso separado no carrinho ou comprar por fora.
São PCs caros, mesmo nas configurações mínimas, então só por aqui já fica claro que não é uma compra para qualquer pessoa. Para comparação, fui até um site de montagem de PCs customizados e montei por lá um PC que chega o mais perto possível que o site deles me permitiu das configurações desse aqui – as principais diferenças de especificaçõesforam quem no que montei ali a CPU era o Core Ultra 9 285, e não o da série K, o que afeta mais o overclock do que o desempenho geral, as portas de conectividade frontal e traseira eram um pouco mais limitadas e o WiFi suportado pela placa-mãe era o 6, não o 7.
Com o frete, essa máquina customizada sairia por R$ 13.721,05 à vista. A diferença é que as peças vêm todas separadas, então eu mesmo teria que fazer a montagem. Nesse caso, a economia de mais de R$ 3.700 acaba atraindo bastante, ainda mais quando penso que o overclock não é mesmo minha praia e puxando um cabo de rede para o desktop o WiFi 7 não faria falta. E isso foi comprando tudo em uma loja só. Imagino que garimpando sites e promoções a economia poderia ser maior.
Como resultado, para qualquer pessoa que tenha um nível básico de conhecimento sobre componentes de computador e no que prestar atenção na hora de garantir a compatibilidade para montar uma máquina moderna, a atratividade do Alienware Aurora 2025 cai bastante. O desktop montado por conta própria com certeza não ficaria tão bonito, daria bem mais trabalho antes que pudesse ser usado e teria mais chance fazer o dono passar algum perrengue, mas a possibilidade de economizar bastante tanto agora quanto na hora de fazer algum upgrade mais pontual é um golpe duro para a máquina da Dell.
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