A empresa OpenAI, responsável por modelos de linguagem e chatbots como o ChatGPT, está cada vez mais perto de iniciar a produção dos próprios chips para usar no setor de inteligência artificial (IA). A informação é do jornal Financial Times, mas ainda não foi confirmada oficialmente pela companhia.
De acordo com a reportagem, os semicondutores serão desenvolvidos junto com a Broadcom, uma fabricante dos Estados Unidos que tem se aproveitado do atual momento de alta desse setor e se coloca como uma opção para além de nomes consagrados como a TSMC.
A iniciativa deve começar na prática a partir de algum momento de 2026. O gerente executivo da Broadcom, Hock Tan, citou nesta quinta-feira (5) que a marca tinha um “novo cliente misterioso” da área de IA que estaria disposto a investir cerca de US$ 10 bilhões em encomendas de chips. Várias evidências (e informações de fontes anônimas consultadas pelo jornal) apontam que esse nome é mesmo a OpenAI, que já colabora com a Broadcom desde o ano passado sem oficializar uma estratégia para iniciar a produção conjunta.
Por que a OpenAI quer fazer os próprios chips?
A OpenAI já cita há pelo menos dois anos a ideia de criar o próprio design para chips que serão usados em data centers de IA. Para tirar isso do papel, porém, ela precisa estabelecer um contrato com empresas que fabricam os semicondutores propriamente ditos. A gigante taiwanesa TSMC chegou a ser citada com uma possível parceira, já que possui algumas das arquiteturas de fabricação mais avançadas do mercado.
O principal objetivo por trás da mudança é reduzir a dependência de outras companhias. Atualmente, ela se apoia bastante do fornecimento de GPUs de IA da Nvidia — que é o maior nome do setor e, inclusive por isso, é também a empresa mais valiosa do mundo atualmente. Por outro lado, ela já possui muitos outros clientes de peso e também precisa atender a uma demanda de crescimento exponencial.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, recentemente reforçou que a companhia vai priorizar poder computacional em curto prazo para atender a demanda crescente pelos serviços da empresa. Em termos de infraestrutura, isso significa aumentar a quantidade de servidores dedicados ou expandir os já existentes, ao menos dobrando a atual capacidade pelos próximos cinco meses.
Companhias como Google, Meta e Apple também já iniciaram em diferentes fases a produção dos próprios semicondutores, seja para uso em servidores ou até nos próprios dispositivos dessas marcas — é o caso dos processadores Tensor dos aparelhos Google Pixel e os M4 dos Macs, citando apenas alguns exemplos.
Além de ter uma produção exclusiva, a OpenAI pode criar chips que atendam de forma mais personalizada e otimizada os seus data centers. Entretanto, ela não planeja por enquanto comercializar esses componentes com outros componentes, adotando eles apenas internamente.
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