O mundo dos periféricos, em especial o dos mouses, é engraçado. Há aqueles modelos super baratos e horríveis, os de entrada usáveis, aqueles intermediários maneiros, e os incrivelmente caros que poucas pessoas compram. Novamente, eu testei um super caro: o Razer DeathAdder V4 Pro.
Nos últimos meses eu usei esse mouse que beira quase R$ 2.000 e preciso ser franco: é dinheiro demais para um mouse. Você já deve saber disso, e esse sequer é o mais caro que já testei, mas foi com o Razer DeathAdder V4 Pro que realmente aprendi que nem tudo que é muito caro, sempre é ótimo para todos — por mais que ainda seja excelente.
Design e construção
Começando pela parte externa, o Razer DeathAdder V4 Pro é um mouse extremamente similar ao seu antecessor, o DeathAdder 3. Basicamente toda a linguagem visual foi mantida, continuando com o legado mais simples dessa linha, sem firulas, RGB desnecessário ou formas mirabolantes.
Dito isso, quem é fã dessa linha de mouses vai gostar bastante desse modelo. Aliás, como a Razer praticamente não mexeu no design, realmente não há muito o que falar nesse sentido, afinal de contas a própria marca salienta no material de marketing que manteve o exato mesmo formato, mas melhorou a parte interna.

Antes de chegar aos pormenores técnicos, vale mencionar o quão boa é a construção do novo DeathAdder. Novamente, a fabricante conseguiu entregar um alto nível de maturidade, já que trabalha com um plástico de muita qualidade, que em momento algum dá sinais de fragilidade, ou aqueles “cracks” de material de baixa qualidade.
Eu não tive a oportunidade de testar o DeathAdder V3 Pro para mensurar o quão melhor está essa construção. Contudo, ao considerar que uma das reclamações do antecessor era esse plástico menos confiável, parece que a Razer realmente melhorou nesse sentido e ouviu o feedback da comunidade.
Apesar de tudo, o grande destaque do Razer DeathAdder V4 Pro está no peso. O periférico do time verde tem somente 56g e fica 10% mais leve que seu antecessor, sendo realmente um diferencial absurdo na categoria dos mouses ultraleves para gamers.
Botões e switches
Diferente de outros modelos entusiastas, mas mantendo a tradição da série, o Razer DeathAdder 4 Pro tem apenas seis botões. Isso já é o suficiente para usuários que somente querem um mouse para jogar, mas pode se tornar um “incômodo” para quem usará esse periférico por muitas horas durante o trabalho.

É dentro do mouse que está o prato principal desse mouse: o novo sensor óptico Razer Focus Pro 45K de 2ª geração. Como o nome já indica, essa tecnologia entrega sensibilidade máxima de até 45 mil DPI com aceleração máxima de até 85 (g) e precisão de resolução de 99,8%.
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Em termos técnicos, é um sensor realmente formidável e que no momento da publicação desta análise, está disponível somente para o DeathAdder V4 Pro. Embora seja difícil mostrar na prática as particularidades desse tipo de switch, é possível transpor isso por meio de ferramentas.
Uma das ferramentas mais legais que esse sensor oferece ao usuário é a rotação. É normal que diversos gamers usem seus mouses de forma rotacionada, e esse recurso consegue entender o grau de rotação, corrigir isso no aplicativo e fazer o mouse entender que o que antes estava torto, agora está mais centralizado.

Bateria e conectividade
Além da questão do peso, um dos pontos que mais me agradou no Razer DeathAdder V4 Pro é a sua bateria que suporta até 150 horas de uso. Vale notar que essa duração toda só é possível ao instalar um novo firmware no mouse por meio de um download no site oficial da Razer.
Em outras palavras, essas 150h duraram basicamente um mês direto na minha mão, mas isso certamente varia muito. Como trabalho durante todo o dia e a noite ainda uso o computador, seja para estudos ou jogos, acabo realizando um uso bem intensivo desse mouse, mas quem usa o PC somente para jogar pode conseguir mais de um mês sem a recarga.
Por falar em recarga, o mouse vai ser de 0 a 100% em aproximadamente uma hora e chega a ser bem rapidinho. Inclusive, a única luz que esse mouse tem serve justamente para indicar o status de carregamento, partindo do vermelho ao amarelo.

Vale notar que o Razer DeathAdder V4 Pro tem um dos melhores dongles que eu já usei. Nesse ponto, a Razer reinventou aquele dongle clássico de USB-A para um semi-esfera bem pesadinha e com três LEDs: um para status de conexão, outro para porcentagem da bateria, e o último para a taxa de polling rate.
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Isso é bem interessante porque mostra as duas principais estatísticas que os usuários estão interessados, bateria e status de conexão, sem precisar olhar o aplicativo. O Dongle também confere um ar de inovação e dá um toque charmoso no setup.
Experiência de uso
O Razer DeathAdder V4 Pro é um mouse gamer ultraleve essencialmente destinado ao mercado competitivo, e nesse sentido, ele é um ótimo mouse. É leve, ergonômico, com ótimos switches, taxa de polling rate absurda de 8.000 Hz e é um produto extremamente suave de usar.

Em outras palavras, se a sua intenção é jogar e competir, o novo DeathAdder é uma escolha que realmente beira a perfeição no que se propõe. No entanto, no conjunto da obra, creio que não seja um mouse tão indicado para trabalho e jogos.
Esse é até um mouse confortável, mas após usá-lo por horas e horas, minha mão começou realmente a doer. Isso é algo que não acontece em modelos mais anatômicos, como o Razer Basilisk V3 Pro ou um Logitech G502 — mais confortáveis e intuitivos para uso multitarefas.
Vale a pena comprar o Razer DeathAdder V4 Pro?
O Razer DeathAdder V4 Pro é um excelente mouse gamer e está no pavilhão dos melhores mouses gamer competitivos ultraleves do mercado. A construção está melhor, há componentes internos de ponta, inovações no dongle, conexão e ferramentas, tornando um combo excelente para jogadores competitivos.
E é exatamente nesse ponto que entra a minha “crítica” sobre o DeathAdder V4 Pro. O periférico foi feito para profissionais, ou jogadores que realmente levam muito a sério suas jogatinas e justamente por isso cobra seus R$ 1.899 no mercado brasileiro, quando for lançado em meados de novembro.

Dito isso, esse é um mouse que recomendo apenas se você é um jogador sério, focado e competitivo. Fora isso, a indicação do produto não faz sentido, e retoma meu pensamento na introdução deste texto: nem todo produto caro é ótimo para todos.
Esse mouse é a Ferrari dos mouses gamer competitivos e une tudo o que esse público pode querer, seja a performance, a construção e obviamente o status. Um ótimo mouse, incrivelmente caro para o Brasil, e desenvolvido para um grupo seleto de jogadores — e eu clareamento não me incluo neles.
E aí, gostou da nossa análise? Para mais informações sobre mouses e outros periféricos, além de mais reviews, fique de olho no site do TecMundo.