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Review: Dying Light The Beast agrada com melhorias pontuais e sem querer inventar a roda

by Fesouza
11 minutes read

Dying Light: The Beast é o novo jogo da famosa franquia de ação em primeira pessoa da Techland, com elementos de combate corpo a corpo e parkour. O título fecha uma trilogia que nasceu pouco mais de 10 anos atrás, “derivada” de outra série com a mesma jogabilidade, e que era mais focada no terror: Dead Island.

Agora, você deve encarar não apenas a besta interior que habita em seu corpo, mas também um semelhante com poderes mais temíveis que o seu. E para piorar, em um território hostil, repleto de criaturas, onde não é possível confiar em todo mundo. Mas será que toda essa junção deu certo? Confira o review completo!

A fera interior

Em Dying Light: The Beast, você assume mais uma vez o controle de Kyle Crane. Se não bastasse tudo que o protagonista sofreu nos dois primeiros jogos, Crane agora foi capturado e torturado por aquele que é chamado de de Barão. Um espécie de cientista chefe, que visa encontrar a criatura perfeita através de cobaias humanas. O vilão por sua vez é quem comanda a região de Castor Woods, palco do novo game, com seu exército particular. 

E depois de conseguir escapar das terríveis experiências a que foi submetido por todos esses anos, Crane agora inicia a sua vingança pessoal contra o Barão. Só que para isso, ele precisa se aliar a outros sobreviventes, para assim unir forças, e ao mesmo tempo lidar com a fera que habita o seu corpo. 

Sendo assim, ele precisará desenvolver suas habilidades, seja descobrindo o que realmente está em seu corpo, como também evoluindo esse monstro interno. E para isso será necessário dar conta de outras temíveis criaturas, as Quimeras, para absorver os poderes que cada uma delas possui. 

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Se a tarefa por si só já não é fácil, no meio de tudo isso ainda há algumas tramas paralelas. Desde traições daqueles que Crane achava que podia confiar, até a descoberta de uma espécie de semelhante.

Esse, por sua vez, é o que parece ser a experiência do Barão que deu certo, principalmente pela força e habilidades que ela exerce. Mas o vilão também não tem o controle sobre ela, o que faz com que você tenha que iniciar uma investida em busca de saber mais sobre o monstro, ao invés de simplesmente eliminá-lo do mundo. 

E embora toda essa trama possa parecer similar aos capítulos anteriores, o seu desenrolar é de longe o que mais me agradou. É nítido que houve um cuidado muito grande ao apresentar uma história convincente, e que ao mesmo tempo fosse uma perfeita ponte para sair socando e golpeando todo mundo pelo caminho. Porém, ao mesmo tempo ela fisgou a minha atenção, e até mesmo fez com que eu criasse uma certa empatia com alguns personagens secundários. 

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Sangue, suor e escuridão!

Antes é preciso dizer que a jogabilidade de Dying Light é um pouco controversa, desde quando foi aplicada em Dead Island, que também foi desenvolvida pela Techland, ela “chocou” o mundo ao apresentar uma perspectiva mais próxima de um combate franco, e sanguinário, contra zumbis. 

Eu particularmente sou fã, uma vez que há um realismo maior em encarar de frente as criaturas, principalmente quando há outras ao seu redor e é preciso usar os instintos para fugir do perigo, já que o campo de visão não mostra tudo. 

Mas, ao mesmo tempo, entendo quem questiona, ou simplesmente não gosta. O motivo na maioria das vezes é a falta de precisão no distanciamento da sua arma até a criatura, ou por se sentir desconfortos diante de uma movimentação mais ágil durante todo o jogo na visão em primeira pessoa. 

Sendo assim, nesse quesito, Dying Light: The Beast faz o básico e agrada quem já era fã da mecânica. Há novidades pontuais, como os seus poderes como fera, e algumas armas novas. Mas o combate e o parkour continua o mesmo, o que é bom para os sua base de fãs, e também para os novatos. Digo isso porque Dying Light: The Beast é convidativo para os jogadores de primeira viagem.

Dying Light: The Beast é convidativo para os jogadores de primeira viagem. 

Em relação à história, é possível conferir um vídeo com um baita resumo de tudo que aconteceu nos títulos anteriores e seus DLCs. E sobre a jogabilidade, há tutoriais para cada novo comando ou habilidade que Crane desbloqueia, com direito há um vídeo curto mostrando em detalhes como funciona. Se você já está acostumado com os comandos não tem problema, é possível desativar os tutoriais logo no começo do jogo, ou pular aqueles que você não tem interesse. 

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Sobre os combates, mais uma vez o foco principal é em pegar, criar e modificar armas para o combate corpo a corpo, principalmente na parte inicial do game, onde tudo é escasso e as armas de fogo (e arco e flechas) são bem limitadas. 

No decorrer da jornada, é possível fabricar suas munições, e até mesmo criar armas maiores como Lança Chamas e Lança Foguetes. Mas acredite, você ainda vai optar por usar pás, martelos e canos modificados para sentar o cacete nos monstros pelo seu caminho. 

Já as habilidades que Crane adquire como uma besta são a cereja do bolo. À medida com que você recebe pancadas, uma barra vai enchendo e, quando completada, ela ativa o Modo Besta. A partir daí você se torna um zumbi gigantesco e poderoso, com força o suficiente para esmagar seus inimigos. 

E, como dito anteriormente, conforme você derrota outras criaturas, chamadas de Quimeras, é possível conquistar as suas habilidades, como saltar em grandes distâncias e criar pequenos terremotos com socos no chão. Vale ressaltar que ao longo do jogo você consegue controlar melhor essa barra, tanto para ativá-la como para voltar ao estado normal e não gastar todo o poder. 

Por fim, a cereja do bolo continua sendo a dificuldade do game. Há criaturas espalhadas por todos os cantos do mapa, fazendo com que uma simples caminhada de um ponto a outro seja um verdadeiro caos. Somado a isso, tem o temível período da noite, que é o momento onde saem criaturas mais fortes onde é impossível derrotá-las sem estar fortemente armado. 

Essa também é a grande linha de corte do game: jogadores menos pacientes, e mais “medrosos”, podem desistir do jogo diante da impossibilidade de sair à noite em boa parte da jornada. 

A minha palavra de conforto é a possibilidade de  “dormir” perto do cair da noite para não ter esse risco. Porém, não há como evitar as missões obrigatórias no horário, que, por sua vez, são de longe as mais desafiadoras. 

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Criaturas assustadoras em meio a um mundo sem capricho

Para a produção do review de Dying Light: The Beast foi usada uma versão para PC, que por sua vez conta com a seguinte configuração:

  • Placa Mãe: Asus Rog Strix Z790-h Gaming 
  • Placa de Vídeo: GeForce 4070 Ti Super 
  • Processador: Intel i7 14700k 
  • Memória RAM: 32GB Kingston Fury Renegade

Eu pude jogar o game com todas as opções gráficas no Ultra e rodando a 120 fps. Embora tenha tido pequenas quedas de quadros em momentos de muita interação, como fugas de hordas de inimigos, e cenários muito amplos, o desempenho do jogo se mostrou muito satisfatório. Além disso, ele conta com as tecnologias da NVIDIA, principalmente DLSS e Ray Tracing. Esta última proporcionando um belo sistema de sombra, luz e reflexos, o que torna o seu visual ainda mais realista. 

E por falar em realismo, impressiona o cuidado com que o game teve com seus principais coadjuvantes. A todo momento é possível se deparar com criaturas com feições bem diferentes, seja pela forma física, com direito a zumbis seminus, até pelas suas vestimentas e outros adereços. 

Além disso, o jogo não poupa esforços em apresentar cenas de muita violência, seja na hora de esmagar e desmembrar seus inimigos, como nas animações ao final de batalhas contra Quimeras, ou pontos chaves da história.

O jogo não poupa esforços em apresentar cenas de muita violência.

Também vale destacar também a qualidade sonora do game. O barulho de ossos quebrando, ou da pele morta dos zumbis sendo rasgada pode até incomodar os mais sensíveis diante de tanto realismo. Entretanto, o mesmo não posso dizer do cenário…

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Bem-vindos a Castor Woods!

Também é preciso ressaltar que Castor Woods caiu como uma luva para a franquia. A fictícia cidade europeia dá uma cara nova à série, tirando a sensação claustrofóbica dos jogos anteriores que, mesmo com mapas amplos, tinham construções apertadas e recheadas de becos e vielas. 

Em Dying Light: The Beast isso muda, já que toda a região é muito bem separada, seja por rios, lagos, estradas, e até mesmo fábricas, fazendas etc. A sensação é de que pegaram uma série de elementos de diversos locais da Europa e colocaram em uma só cidade. 

Um tiro certeiro, já que agrada muito passar por praças com as que encontramos facilmente por toda Itália, estradas que cortam boa parte dos principais países do continente, e até elementos mais específicos, como fazendas que flertam com as que residem em boa parte da área rural do “velho mundo”.

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Entretanto, nem tudo são flores. Pois ao tentar “abraçar toda a Europa” em um só lugar, é possível notar uma falta de capricho em boa parte dos cenários. Isso quer dizer que eles são mal construídos? Não! Mas, sim, digno de melhorias. 

O maior exemplo disso é na hora de alcançar pequenos acampamentos em torres mais altas. Ao se deparar com uma vista mais ampla, fica mais fácil de notar alguns elementos mais serrilhados. ou até mesmo reutilizados, em sua composição. 

Para completar, o sistema de mudança de horário ainda incomoda um pouco. Como dito anteriormente Dying Light conta com criaturas ferozes e poderosas que são sensíveis à luz solar. Por isso, elas vivem em cavernas, e só aparecem ao mundo à noite, fazendo com que você tenha que se preocupar para não ficar de bobeira na rua depois das 19h. 

Sendo assim, buscando um realismo visual maior, os cenários começam a escurecer à medida com que a noite cai. Entretanto, a forma com que isso é feito não é tão real assim, dando a sensação de que tudo está ficando embaçado e não escuro, o que me deu um certo incômodo. Por via das dúvidas, e até para me precaver do perigo, evitei ao máximo realizar atividades nesse horário, fazendo apenas missões obrigatórias no período noturno. 

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Vale a pena?

Dying Light: The Beast é um game que agrada principalmente os fãs da franquia. A opção de trazer melhorias pontuais, mantendo boa parte dos elementos que deram certo nos títulos anteriores, é ousada. E, por mais que tenha dado errado em muitos outros jogos, pelo menos neste caso deu certo, e fez com que esse se tornasse o título mais divertido da saga — seja pelo enredo clichê, mas que se encaixa na proposta do game, como também pelas adições na famosa jogabilidade. 

Embora o game ainda careça de melhorias visuais na composição de seus cenários, e precise solucionar bugs pontuais, a experiência no lançamento agrada bastante. Já para os novatos, mesmo com uma chuva de tutoriais e até um resumo completo da historia anterior, a dificuldade nada progressiva pode afastar os menos pacientes e corajosos. 

Nota: 85

Pontos positivos (Prós):

  • Jogabilidade continua divertida;
  • Enredo entretém e se encaixa com a proposta
  • Variedade de armas e habilidades da Besta
  • Dificuldade desafiadora

Pontos negativos (Contras):

  • Bugs que atrapalham o progresso
  • Cenários não tão bem detalhados
  • Sistema de horários com deslizes visuais

Uma cópia de Dying Light: The Beast para PC foi enviada pela Techland para a realização da review. Além do computador, o jogo também chega para PS5 e Xbox Series S/X. E aí, você vai dar uma chance para o game? Comente nas redes sociais do Voxel e TecMundo!

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