Nós já falamos sobre os kei cars aqui no Olhar Digital. São modelos ultra compactos que fazem bastante sucesso no Japão. Se no Brasil, a preferência hoje é pelos SUVs, no país oriental o público gosta mesmo é dessas pequenas caixinhas de fósforo.
E esse gosto tem uma série de explicações. Há, claro, a questão cultural, mas também existem isenções fiscais e licenciamento facilitado para esse tipo de veículo. E eles funcionam extremamente bem para cidades com muita gente e pouco espaço. E são fáceis de estacionar!
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O atual líder de vendas entre os carros elétricos no Japão é justamente um kei car: o Nissan Sakura. O reinado dele, no entanto, parece com os dias contados.
Outra gigante do setor, a Honda, acaba de lançar um concorrente direto para o Sakura. E a montadora apostou num de seus modelos mais tradicionais. O Honda N-One existe há mais de 10 anos e sempre figura na lista de veículos mais vendidos do país.
O carro agora está disponível em uma versão e (de elétrica), com ótimas especificações técnicas e algumas características que o tornam único.
Pequeno, mas poderoso
- Seu motor elétrico tem apenas 63 cavalos de potência, o que é padrão para todos os kei cars japoneses.
- Pode parecer pouco, mas funciona muito bem, uma vez que esses veículos são muito leves.
- Apesar de ter menos de 3,40 metros de comprimento, o Honda N-One e entrega um espaço interno razoável.

- A montadora não informa a velocidade máxima, mas garante que ele atinge “velocidades de rodovia” (pode chegar tranquilamente aos 100 km/h).
- A sua principal vantagem sobre o Nissan Sakura é a bateria de 29,3 kWh – o que lhe confere uma autonomia WLTP de 295 quilômetros.
- É bem mais do que o Sakura, que tem uma bateria de 20 kWh que dura apenas 180 km com uma carga.
- A Honda afirma ainda que o carregamento padrão do modelo leva 4 horas e meia.
- Há ainda a opção de carregamento rápido CC de até 80%, que leva cerca de 30 minutos.
- Vale destacar que, apesar de não ter nenhum item de luxo, o pacote básico do Honda N-One inclui ar-condicionado digital, central multimídia e tomadas acessíveis.

- Agora, o grande diferencial do modelo é o seu sistema de carregamento bidirecional, batizado de Vehicle-to-Load, ou V2L.
- Isso permite que o EV funcione como uma espécie de gerador portátil, podendo carregar eletrodomésticos, ferramentas elétricas e até mesmo casas inteiras!
- Esse tipo de recurso tem se tornado cada vez mais comum no Japão, uma vez que o país sofre bastante com desastres naturais (e, consequentemente, com problemas no fornecimento de energia).
- Nesse cenário, o Honda N-One e atua não somente como item de mobilidade, mas também como uma solução estratégica de infraestrutura.
E o preço?
A Honda leva ao mercado japonês duas opções principais. O modelo básico, que não suporta carregamento rápido e não possui tela sensível ao toque, sai a partir de JPY 2.699.400 (o que equivale a US$ 18.280). Fazendo a conversão, estamos falando de um EV que custa cerca de R$ 97 mil.
Já a versão premium, que tem até rodas de alumínio, sai a JPY 3.198.800 (aproximadamente US$ 21.660, ou R$ 115 mil).
Como dissemos acima, a Honda projetou o modelo especificamente para o mercado japonês e não há informações sobre o envio a outros países – o que é uma pena.
Os kei cars têm se mostrado, nas últimas décadas, uma solução de mobilidade bastante interessante por lá. Eles representam também uma espécie de atalho à eletrificação, pois, no geral, são carros mais baratos de serem feitos.

Hoje, 40% de todos os veículos novos produzidos no Japão são kei cars. Uma fatia expressiva e que ajudaria a atenuar o problema do trânsito em várias metrópoles do mundo todo. Inclusive na sua.
As informações são do New Atlas.
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