Um movimento de fãs da Nintendo ganhou força nas redes sociais após o youtuber Rodrigo Coelho publicar uma carta aberta à empresa pedindo preços regionalizados para o Brasil. A iniciativa busca chamar atenção para o alto custo dos jogos no país — que chegam a ultrapassar R$ 500 em lançamentos recentes, dificultando o acesso da comunidade brasileira.
A campanha foi divulgada inicialmente no canal Coelho no Japão, referência em conteúdo sobre a Nintendo, e logo mobilizou milhares de jogadores. O principal objetivo é que a empresa adote uma política de preços adaptada à realidade econômica brasileira, algo que já ocorre em outras plataformas digitais.
Segundo Coelho, os preços atuais tornam inviável para muitos fãs adquirirem os jogos de forma oficial — consequentemente incentivando a pirataria e reduzindo o potencial de vendas da Nintendo no mercado nacional. Para reforçar o movimento, o criador publicou a carta em japonês na rede social X, marcando diretamente a empresa.
O apelo também destaca a longa relação da Nintendo com o público brasileiro, desde os tempos do Super Nintendo até a chegada do Switch, ressaltando o carinho dos fãs pela marca e a expectativa de condições mais acessíveis.
O que diz a carta do Coelho para a Nintendo?
Na carta aberta publicada no X, Rodrigo Coelho argumenta que os preços da Nintendo não consideram o poder aquisitivo do consumidor brasileiro. Ele exemplifica que um jogo de R$ 440 pode representar mais de 10% da renda média mensal no país — algo proporcional a um título de US$ 70 custando US$ 500 nos Estados Unidos.
O youtuber também destacou que outras publishers já adotaram estratégias de preços localizados com bons resultados. Entre os exemplos, citou o sucesso de Hollow Knight: Silksong, lançado por R$ 60 no Brasil, e Cyberpunk 2077, que teve aumento proporcional de valor sem perder força de vendas.
任天堂への公開書簡:どうかブラジル向けの価格を現地化してください @Nintendo
任天堂様…
— Coelho no Japão 🇯🇵🇧🇷👾⛩- NintendoBarato.com.br (@rodrigocoelhoc) September 16, 2025
Outro ponto levantado na carta é que a redução nos preços ajudaria a combater a pirataria, um problema recorrente no mercado nacional. Segundo Coelho, preços acessíveis motivariam mais jogadores a comprarem os jogos de forma oficial.
Além disso, o criador apresentou uma sugestão de faixa de preços localizada, variando entre R$ 180 e R$ 320, dependendo do valor original em dólar. Segundo ele, esse modelo garantiria maior adesão do público sem comprometer a rentabilidade da empresa.
Movimento acontece após anúncio do DLC de Donkey Kong Bananza
O movimento ganhou ainda mais força após a Nintendo anunciar o pacote de Donkey Kong Bananza para o Switch 2. O conjunto completo, que inclui o jogo base e conteúdos extras como Ilha DK e Caça às Esmeraldas, chega a custar R$ 559,80 no Brasil.

Já a opção mais barata também chamou atenção pelo preço elevado de R$ 439,90. O valor gerou críticas imediatas nas redes sociais, impulsionando a carta de Coelho e a mobilização dos fãs.
Com os preços considerados fora da realidade do consumidor brasileiro, o caso se tornou um exemplo do impacto da política de valores adotada pela empresa no país.
O que a Nintendo diz sobre os jogos de R$ 500 no Brasil?
Em abril deste ano, a Nintendo reforçou que a definição de preços no Brasil segue fatores como custos de produção, taxas de importação e variação cambial. A empresa destacou que esses elementos impactam diretamente o valor final dos consoles e dos jogos no país.
A companhia também apontou que os títulos exclusivos exigem grandes investimentos em desenvolvimento, mesmo sem apresentar gráficos hiper-realistas. Como exemplo, citou The Legend of Zelda: Breath of the Wild, cujo orçamento ultrapassou US$ 100 milhões.

A Nintendo afirmou que seu objetivo é oferecer experiências únicas, priorizando inovação e jogabilidade, e que a precificação segue critérios de sustentabilidade de mercado. A empresa também relembrou esforços de aproximação com os fãs brasileiros, como a localização de jogos em português e participação em eventos no país.
Ainda assim, especialistas apontam que a conversão utilizada pela Nintendo é superior à praticada por outras plataformas, como a Steam, que sugere um câmbio mais acessível ao consumidor brasileiro. Isso mantém a percepção de que a empresa não ajusta seus preços de acordo com a realidade local.
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