Após passar por Saturno e Júpiter, a Lua dá continuidade à “turnê mensal” de setembro pelos planetas do Sistema Solar se encontrando com Vênus. Nos céus de algumas localidades, será possível ver até um “eclipse” envolvendo os dois corpos.
Nesta sexta-feira (19), eles vão compartilhar a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre), em um fenômeno conhecido como conjunção.

Quem quiser ver o par coladinho no céu, vai precisar acordar bem cedo. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, a conjunção em si acontece às 8h46 da manhã (pelo horário de Brasília), momento em que a luz do dia impedirá a visualização. No entanto, pouco antes do amanhecer, a partir de mais ou menos 4h35 da madrugada, a Lua e Vênus já estarão bem próximos, baixinhos no horizonte a leste (direção onde nasce o Sol).
Enquanto a magnitude da Lua será de -9.5, a de Vênus será de -3.9. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
A dupla estará um pouco acima de Regulus, a estrela mais brilhante da constelação de Leão, perto do “coração” da figura do animal. Apesar de Vênus ser 120 vezes mais luminoso, a proximidade destaca o contraste entre o amarelo suave do planeta e o branco-azulado da estrela. A Lua aparece como um discreto “sorriso”, já que está no início da fase crescente, com apenas 3% de sua face iluminada.
A visão será favorecida com a ajuda de um par de binóculos, embora o espetáculo seja facilmente observado a olho nu.

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Onde a ocultação lunar de Vênus poderá ser vista
O termo mais apropriado, na verdade, é ocultação lunar. Esse é um fenômeno visível apenas de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento).
A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia. Isso significa que quando a Lua está alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparece até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Vênus é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde a ocultação provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.
Fora dos contornos, a Lua não passa na frente do planeta em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.
Fim de semana traz último eclipse de 2025
E, não se esqueça: neste domingo (21), acontece o segundo eclipse solar parcial. O primeiro foi em março, duas semanas após um eclipse total da Lua (situação que se repete agora em setembro). Saiba as diferenças entre eles aqui.
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