Que venta muito no Nordeste brasileiro você já deve saber. E por isso mesmo a região abriga os maiores parques de energia eólica do Brasil. Pois agora a Bahia é casa da maior turbina eólica não só do país, mas das Américas.
O equipamento tem 220 metros de altura do solo até a ponta da pá, equivalente à altura de seis estátuas do Cristo Redentor, e pesa 1830 toneladas, correspondente a cerca de 1660 carros populares ou 44 Boeings 737.
Foi instalado no Parque Eólico Seabra, no Complexo Eólico Brotas de Macaúbas, no município de mesmo nome. A área é composta por três parques: Macaúbas (35,07 MW), Novo Horizonte (30,06 MW) e Seabra (30,06 MW), e opera com 57 turbinas eólicas, cada uma com capacidade nominal de 1,67 MW.
Energia limpa
Construído pela indústria brasileira WEG, com 7MW de potência instalada, a nova turbina pode gerar cerca de 2.500 MWh/mês, equivalente ao consumo anual de cerca de 15 mil residências brasileiras. A empresa prevê que o equipamento poderá ser produzido em série a partir da demanda do mercado por novos projetos eólicos.
A turbina foi encomendada pela Petrobras em um contrato assinado em 2023, que incluiu o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação dos componentes do aerogerador, adequados às condições eólicas do país. Posteriormente, a Statkraft, responsável pelo Complexo Eólico Brotas de Macaúbas, adquiriu o protótipo para instalar em seu parque.
A empresa é a maior geradora de energia renovável da Europa, produzindo energia hidrelétrica, energia eólica, energia solar, energia a gás e fornece aquecimento urbano. No Brasil, a companhia controla ativos renováveis que somam 2,2 GW de capacidade instalada, entre operações e projetos em construção.
Uma das vantagens do novo aerogerador é a redução do custo da energia, segundo a Petrobras. Com essa capacidade, produz mais eletricidade por unidade de área ocupada, reduzindo a necessidade de instalação de múltiplos aerogeradores. Isso também otimiza o uso do terreno e tende a diminuir os custos gerais de instalação e manutenção.
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Ventos favoráveis
O primeiro aerogerador instalado no Brasil entrou em operação em 1992, no arquipélago de Fernando de Noronha. Nos dez anos seguintes, o setor pouco cresceu — não apenas por falta de incentivo do governo, mas também pelo alto custo da tecnologia, de acordo com a Associação de Energia Eólica (ABEEólica), fundada em 2002.
Foi a partir de 2009 que os ventos tomaram uma nova direção com o Leilão de Energia de Reserva (LER), abrindo caminho para novos investimentos. Agora, o Brasil conta com 1.143 parques eólicos em 12 estados, com quase 12 mil turbinas em operação. A energia eólica representa 16,4% da matriz energética brasileira.
A capacidade de geração de energia eólica atual poderia abastecer os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro por completo, atendendo mais de 36 milhões de pessoas, segundo a entidade. Além disso, 22% do país já é abastecido por essa fonte durante a “safra de ventos”, que vai de junho até o final do ano.
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