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SpaceX lança sondas que vão monitorar o Sol e mapear os limites do Sistema Solar

by Fesouza
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A SpaceX lançou nesta quarta-feira (24) três sondas que vão ajudar cientistas a entender melhor como o Sol afeta a Terra e até onde vai a fronteira do nosso Sistema Solar. O foguete Falcon 9 decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, levando a bordo a principal missão, chamada IMAP (Interstellar Mapping and Acceleration Probe), além de outros dois satélites.

Essas sondas têm papéis diferentes, mas um objetivo em comum: estudar o chamado “clima espacial” – as partículas e radiações emitidas pelo Sol que podem afetar astronautas, satélites e até redes elétricas aqui embaixo. Elas vão operar a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, num ponto estável do espaço conhecido como Lagrange 1.

Missão busca mapear fronteiras do Sistema Solar e proteger astronautas

O lançamento desta quarta não foi apenas mais um na rotina intensa da SpaceX. As três sondas enviadas ao espaço vão trabalhar juntas para responder a perguntas fundamentais.

Além de ampliar o conhecimento científico, os dados obtidos podem ter aplicação prática. Eles podem ajudar a prever riscos para astronautas em futuras missões à Lua e a Marte, além de aumentarem a segurança de satélites e sistemas de energia aqui no planeta.

O que é a missão IMAP

A principal carga da missão é a IMAP (Interstellar Mapping and Acceleration Probe), sonda da NASA avaliada em cerca de US$ 600 milhões (aproximadamente R$ 3,1 bilhões).

Equipada com dez instrumentos científicos, ela vai monitorar o vento solar – fluxo constante de partículas carregadas emitidas pelo Sol – e analisar o pó interestelar que atravessa o Sistema Solar. Esses dados vão ajudar a mapear a heliosfera, a “bolha” formada pelo campo magnético do Sol que atua como uma barreira protetora contra radiação cósmica.

Ao mesmo tempo, a missão tem aplicações diretas para a exploração espacial por meio de missões tripuladas. A IMAP vai emitir alertas sobre radiação, essenciais para programas como o Artemis, que busca estabelecer presença contínua na Lua, e para futuras viagens a Marte.

Segundo a NASA, as informações da sonda são cruciais porque, fora da proteção do campo magnético da Terra, os astronautas ficam mais vulneráveis aos efeitos nocivos das partículas solares.

Carruthers Geocorona Observatory e a herança do programa Apollo

A bordo do Falcon 9 também seguiu o Carruthers Geocorona Observatory (CGO), outra missão da NASA. O pequeno satélite vai observar a geocorona, região mais externa da atmosfera terrestre, onde átomos de hidrogênio formam um brilho tênue no ultravioleta.

Essa investigação retoma estudos iniciados na Apollo 16, nos anos 1970, quando astronautas capturaram pela primeira vez imagens dessa camada. Agora, com instrumentos mais modernos, o CGO deve ajudar a entender melhor como o clima espacial interage diretamente com a Terra.

SWFO-L1: alerta contra tempestades solares

Outra sonda enviada na missão é a SWFO-L1 (Space Weather Follow-On), operada pela NOAA, agência de monitoramento climático dos Estados Unidos.

Sua função é acompanhar de perto as tempestades solares, fenômenos que podem liberar grandes quantidades de partículas e radiação em direção à Terra.

O satélite ficará posicionado no ponto de Lagrange 1, onde terá visão privilegiada do Sol e poderá oferecer dados em tempo real sobre erupções e ejeções de massa coronal.

Essas informações são estratégicas para a segurança de tecnologias que dependem do espaço. Satélites de comunicação e de navegação, astronautas em missões fora da órbita baixa e até infraestruturas críticas na Terra, como redes de energia elétrica, podem ser afetados por tempestades solares intensas.

O SWFO-L1, portanto, funcionará como um sistema de alerta antecipado. Assim, vai permitir que agências e governos tomem medidas preventivas para reduzir riscos e prejuízos.

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Lançamento e números da SpaceX

O foguete Falcon 9 decolou do Centro Espacial Kennedy às 7h30 (horário de Brasília) e cumpriu uma sequência precisa de operações, segundo o Space.com.

Foguete Falcon 9, da SpaceX, na ocasião do lançamento da missão Ax-4, da Axiom Space
O lançamento desta quarta-feira (24) marcou o 120º voo do Falcon 9 da SpaceX em 2025 (Imagem: SpaceX/Reprodução)

Cerca de 84 minutos após o lançamento, liberou a IMAP em órbita de transferência interplanetária, seguida pela separação da SWFO-L1 e, alguns minutos depois, do Carruthers Geocorona Observatory. O primeiro estágio do foguete retornou como planejado, pousando nove minutos após a decolagem.

Esse foi o 120º voo do Falcon 9 em 2025. Mais de 70% dessas missões foram para expandir a constelação de satélites Starlink, que fornece internet a partir de satélites na órbita baixa da Terra.

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