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Review: Hades 2 segue e enriquece a fórmula de seu predecessor para entregar um verdadeiro épico grego

by Fesouza
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Review: Hades 2 segue e enriquece a fórmula de seu predecessor para entregar um verdadeiro épico grego

Pode até não parecer, mas já se passaram cinco anos desde o estrondoso lançamento de Hades, após um bem sucedido período em acesso antecipado. Quarto título da Supergiant Games, o jogo foi o responsável por catapultar o estúdio indie ao estrelato, ao combinar com maestria os elementos que já brilhavam em obras anteriores como Bastion e Transistor — narrativa envolvente, jogabilidade refinada — com um dos gêneros mais populares da época: o roguelike.

Agora, após meia década do estrondoso sucesso de Zagreus, nós temos a oportunidade de voltar ao inferno em Hades 2, dessa vez no papel de Melinoë, filha mais nova de Hades e irmã do protagonista do primeiro título. Com uma clara estratégia de não reinventar a roda, apostando em uma sequência direta e em outro longo período de early acess, será que a Supergiant entrega uma odisseia a altura do último título? Ou será que Hades 2 é apenas mais uma história a ser esquecida pelo tempo? Você confere mais, na nossa análise a seguir!

Uma jornada ao olimpo

Antes de mergulharmos nas semelhanças e melhorias que Hades 2 traz em relação ao seu antecessor, é essencial destacar a principal diferença entre os dois títulos: a rota do Olimpo. Se no primeiro jogo nossa única opção era descer às profundezas do submundo para enfrentar o Deus dos Mortos, agora, com Melinoë, uma nova possibilidade se abre. Além de podermos seguir rumo à Casa de Hades para derrotar Cronos, também é possível fazer o caminho inverso — subindo à superfície em direção ao pico do Monte Olimpo, onde os deuses aguardam a ajuda da protagonista.

Essa segunda rota não apenas introduz inimigos e chefes distintos, como também apresenta uma mecânica única: na primeira região, o jogador pode escolher e planejar quais buffs ou dádivas do Olimpo Melinoë irá buscar. Além de praticamente dobrar o conteúdo disponível, esse novo caminho também funciona como uma camada adicional de dificuldade, já que os desafios enfrentados aqui são consideravelmente mais intensos do que os do submundo.

Uma odisséia sem igual

Um ponto muito importante, tanto para quem vem do acesso antecipado do game quanto para aqueles que explorarão a guerra contra o titã do tempo pela primeira vez, é a história de Hades 2. Visto que esse é um dos grandes pontos fortes de seu antecessor e também é a grande adição de conteúdo em comparação ao que o acesso antecipado ofereceu até hoje, é natural que o enredo vire um ponto muito relevante na análise da versão final. E posso afirmar: mais uma vez, a Supergiant acerta em cheio.

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Para aqueles que nada experimentaram do título até agora, Cronos desperta de sua prisão após a derrota para seus filhos e deuses do Olimpo em busca de vingança, tomando para si a casa de Hades e prendendo em um limbo temporal todos aqueles que vimos no primeiro jogo da saga, exceto Melione, que é protegida pela bruxa Hécate que a treina com um único propósito: matar Cronos.

Já para aqueles que vêm do acesso antecipado, a grande adição está nos elementos narrativos após cada run vencida. Iremos evitar spoilers, mas a forma com que a empresa, mais uma vez, amarra sua narrativa com a natureza “infinita” do gênero roguelike é precisa e também aproveita para prestar uma linda homenagem ao jogo anterior, me dando um enorme desejo em matar Cronos, ou o inimigo final da rota do Olimpo, só para poder progredir mais e mais na história.

Review: Hades 2 segue e enriquece a fórmula de seu predecessor para entregar um verdadeiro épico grego

Um ponto que normalmente evito discorrer em minhas análises mas sei que é alvo de dúvidas quando tratamos de roguelikes é a duração. Para vencer a minha primeira run levei em torno de 12 horas, enquanto que para ver o primeiro final do jogo e seus créditos, 38 horas foram necessárias. É claro que isso pode mudar drasticamente baseado em seu conhecimento prévio ou habilidade com o game, então não tome esse número como uma verdade universal.

Vale destacar também que Hades 2, assim como seu antecessor, oferece uma rejogabilidade praticamente infinita — tanto pela sua estrutura quanto por motivos narrativos que prefiro não revelar aqui. Não seria exagero dizer que, mais uma vez, me vejo investindo mais de 100 horas explorando cada canto do submundo e do Olimpo.

Cerco ao submundo

Chegou a hora de falarmos sobre um dos maiores trunfos que Hades 2 herda com excelência de seu antecessor: a jogabilidade. A base do que vimos com Zagreus permanece sólida com Melinoë — o dash invulnerável, os padrões de ataque e as mecânicas de combate únicas, que variam conforme a arma empunhada, continuam sendo pilares da experiência. No entanto, três grandes novidades se destacam: a conjuração, mana e os companheiros animais.

Começando pela conjuração: diferente do disparo especial de Zagreus, Melinoë utiliza magias que consomem mana, e podem variar desde ataques de área até habilidades de controle de campo. Isso cria uma dinâmica estratégica muito maior no combate, especialmente quando combinada com dádivas dos deuses.

Os companheiros animais, por sua vez, funcionam como invocações que auxiliam o jogador em combate. Cada um possui habilidades únicas e podem mudar completamente a forma como enfrentamos inimigos e chefes. Esse sistema adiciona ainda mais profundidade à já robusta jogabilidade do título.

 

Outro ponto digno de destaque é a variedade de armas. Se no primeiro jogo já tínhamos opções icônicas, aqui temos um arsenal ainda mais diversificado — incluindo lâminas duplas, lanças mágicas e até mesmo uma espécie de foice que muda o ritmo do combate. Cada arma pode ser aprimorada e personalizada, garantindo que nenhuma run seja igual à anterior.

O resultado é um sistema de combate que, embora familiar, consegue se reinventar constantemente. A cada nova tentativa, você se pega pensando em combinações diferentes de armas, magias, companheiros e dádivas divinas. É viciante.

O som dos deuses

Não dá para falar de um jogo da Supergiant sem destacar seu trabalho artístico. Mais uma vez, o estúdio entrega um espetáculo audiovisual. Os cenários são belíssimos, os personagens transbordam carisma em cada detalhe visual, e a direção de arte consegue equilibrar o tom sombrio do submundo com a grandiosidade luminosa do Olimpo.

A trilha sonora, composta por Darren Korb, é simplesmente magistral. Misturando instrumentos gregos tradicionais com guitarras pesadas e batidas modernas, cada faixa é memorável e eleva a intensidade das batalhas. As músicas de chefes, em especial, são verdadeiros hinos épicos que ficam na cabeça por dias.

As atuações de voz também são um show à parte. Melinoë é uma protagonista complexa e carismática, e sua dublagem transmite perfeitamente sua força, determinação e vulnerabilidade. Os deuses, como sempre, brilham em cada aparição, com falas cheias de personalidade e humor.

Vale a pena?

Hades 2 não apenas cumpre a difícil missão de suceder um dos melhores jogos da última década, como também expande seus horizontes de forma magistral. A introdução da rota do Olimpo, as novas mecânicas de conjuração e companheiros, e uma narrativa ainda mais envolvente fazem deste jogo um verdadeiro marco.

Se você gostou do primeiro Hades, não há dúvida: esta sequência é obrigatória.

Se você gostou do primeiro Hades, não há dúvida: esta sequência é obrigatória. E mesmo para quem nunca jogou o original, esta é uma das experiências mais completas e viciantes que os videogames podem oferecer em 2025.

Nota: 95

Pontos positivos (prós):

  • Narrativa envolvente e cheia de reviravoltas
  • Jogabilidade refinada e cheia de novidades
  • Visual e trilha sonora de cair o queixo
  • Altíssima rejogabilidade

Pontos negativos (contras):

  • Curva de aprendizado pode ser intimidadora para novatos
  • Alguns momentos de dificuldade podem frustrar

Uma cópia de Hades 2 para PC foi cedida pela Supergiant para a realização da review. O jogo também chega ao Nintendo Switch 1 e 2.

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