O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio. Além disso, ela está ligada a alterações comportamentais e de humor, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
Apesar de diversos tratamentos disponíveis, ainda existem muitas dúvidas sobre esta que é considerada a forma mais comum de demência. Um cenário que pode mudar a partir de um estudo que criou o mapa mais detalhado já feito do envelhecimento cerebral humano.

Neurônios não morrem
- Em pesquisa publicada na revista científica Nature, cientistas analisaram mais de 360 mil células do córtex pré-frontal, região ligada à memória, atenção e tomada de decisões, em cérebros de pessoas de idades que vão de recém-nascidos a centenários;
- Até agora, a ciência explicava o envelhecimento cerebral sobretudo por dois mecanismos: a perda de neurônios ao longo da vida, o que reduziria a capacidade de processamento do cérebro, e o acúmulo de proteínas tóxicas, como beta-amiloide e tau, associadas a doenças como Alzheimer;
- O novo trabalho, no entanto, revelou que a condição não ocorre em função da perda de neurônios, mas sim pela queda de eficiência dos genes que mantêm essas células funcionando;
- Esse prejuízo fica mais evidente após os 40 anos de idade.

Importância das descobertas
Segundo a equipe responsável pelo trabalho, as descobertas abrem novas possibilidades de tratamento contra a doença. Os pesquisadores afirmam que os resultados do estudo demonstram que os cuidados com o cérebro precisam começar cedo, especialmente a partir dos 40 anos.
Outro ponto é a identificação de novos alvos terapêuticos. Ao mostrar que os genes de manutenção celular são os mais afetados pelo envelhecimento, o estudo indica que futuras drogas podem ser desenhadas para preservar ou restaurar a eficiência desse processo.

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Os cientistas ainda observam que os resultados da pesquisa ajudam a explicar por que alguns indivíduos desenvolvem Alzheimer enquanto outros envelhecem sem apresentar um declínio tão acentuado.
Dessa forma, é possível pensar em formas de diagnósticos mais precoces, estratégias de acompanhamento personalizadas e, no futuro, terapias voltadas à causa biológica do envelhecimento cerebral.
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