No último sábado (27), o montador e ator estadunidense, Tucker May, denunciou nas redes sociais o que chama do sequestro de sua mulher, a diretora brasileira Bárbara Marques. Ele afirma que os dois são casados, mas ela foi presa pelo Controle de Imigração dos Estados Unidos (ICE) sob premissas falsas.
No Instagram, May relatou que foi junto com sua esposa ao Prédio Federal em Los Angeles para participar de uma reunião sobre o green card da cineasta. No entanto, usando como desculpa uma suposta impressora quebrada, agentes do ICE separaram a mulher de sua advogada e decidiram prendê-la.
Quem é a diretora brasileira presa pelo ICE?
Nascida em Vitória (ES), Bárbara Marques se formou na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, antes de se mudar para Los Angeles, em 2018. Na cidade, ela desenvolveu o curta Cartaxo (2019), bem como os documentários Love (2023) e Pretas (2023), este último exibido no Los Angeles Brazilian Filme Festival.
- Segundo May, sua esposa foi enviada ao centro de detenção de Adelanto, onde ficou incomunicável com seu advogado;
- Apesar dos pedidos do representante legal, a brasileira passou os três dias seguintes sem destino certo;
- Ele afirma que seu casamento com Bárbara é real e inclusive foi reconhecido por autoridades migratórias;
- Ele também explica que o ICE está usando uma falta em uma audiência, ocorrida em 2019, como pressuposto para prender a imigrante;
- Segundo ele, Bárbara nunca foi notificada sobre a data e, portanto, não havia como saber que precisava comparecer nos tribunais.
“Estou pedindo por ajuda para trazer a atenção da mídia e autoridades a esses lapsos múltiplos ao devido processo e aos procedimentos adequados através da deportação não merecida de uma mulher cujo casamento legal foi devidamente reconhecido como legítimo pela imigração pelo processo l130”, explicou May.
Brasileira segue detida no Lousiana
Em uma atualização publicada nesta segunda-feira (29), o marido de Bárbara Marques afirmou que ela foi encontrada. Ele compartilhou que ela se encontra em uma prisão no Louisiana após passar os três últimos dias viajando algemada, vivendo intervalos de mais de 12 horas sem alimentação ou água.
May afirma que a cineasta não tem direito a uma cama, tampouco ao tratamento adequado para suas condições de saúde. “Ela não tem histórico criminal, mas está recebendo tratamento desumano que não seria aceitável nem mesmo para os criminosos mais endurecidos”.
A prisão da diretora é somente o capítulo mais recente das ações que o ICE vem realizando desde o início do governo de Donald Trump. Sob ordens diretas da Casa Branca, o departamento de imigração tem intensificado suas atividades e inclusive transformou em alvos imigrantes em processo de legalização e até mesmo cidadãos nascidos nos Estados Unidos.
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