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Nem espiral, nem elíptica: conheça a galáxia “híbrida” que intriga astrônomos

by Fesouza
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O telescópio espacial Hubble, operado em conjunto pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), registrou uma imagem intrigante da galáxia NGC 2775, localizada a 67 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Câncer.

Constelação de câncer
NGC 2775 está localizada a 67 milhões de anos-luz de distância na constelação de Câncer (Imagem: Pike-28
/Shutterstock)

O objeto chamou a atenção dos astrônomos por apresentar características que dificultam sua classificação: um centro liso e praticamente sem gás, típico de galáxias elípticas, combinado a um anel empoeirado com aglomerados estelares descontínuos, mais associado a galáxias espirais.

A incerteza decorre do ângulo de observação, que limita a análise. Parte dos pesquisadores a identifica como uma galáxia espiral, devido ao seu anel estrelado e empoeirado, enquanto outros a classificam como uma galáxia lenticular — categoria que reúne traços comuns tanto das espirais quanto das elípticas.

Galáxia híbrida poderia ser considerada lenticular?

  • Ainda não há consenso sobre como as galáxias lenticulares se formam;
  • Elas podem ser espirais que passaram por fusões com outras galáxias ou que perderam gás formador de estrelas, apagando seus braços bem definidos. Outra possibilidade é que tenham se originado como galáxias elípticas e, posteriormente, acumulado gás em um disco ao redor de si;
  • Evidências sugerem que a NGC 2775 pode ter passado por fusões no passado. Embora invisível na imagem do Hubble, a galáxia apresenta uma cauda de gás hidrogênio que se estende por cerca de 100 mil anos-luz;
  • Esse rastro pode ser o vestígio de uma ou mais galáxias que foram capturadas e absorvidas por NGC 2775 após interações gravitacionais.
Telescópio Hubble
Imagem foi captada pelo Hubble (Imagem: Rawpixel.com/Shutterstock)

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Atualmente, a maioria dos astrônomos a classifica como uma galáxia espiral floculenta, tipo marcado por braços mal definidos e descontínuos, descritos como “plumosos” ou “em tufos” de estrelas que apenas sugerem uma estrutura espiral.

Hubble já trouxe imagem da NGC 2775

O Hubble já havia divulgado uma imagem de NGC 2775 em 2020. A nova versão acrescenta observações em um comprimento de onda específico da luz vermelha emitida por nuvens de hidrogênio em torno de estrelas massivas jovens. Esses pontos surgem como aglomerados rosados na imagem e ajudam os cientistas a mapear, com mais precisão, as regiões onde novas estrelas estão nascendo dentro da galáxia.

Nuvem de hidrogênio
Nova versão acrescenta observações em comprimento de onda específico da luz vermelha emitida por nuvens de hidrogênio em torno de estrelas massivas jovens (Imagem: CSIRO/N. Pingel et al.)

Essa é a maior simulação sintética do Universo já criada

Agência Espacial Europeia (ESA) lançou há dois anos a missão Euclid com o objetivo de explorar a composição e a evolução do Universo escuro. Desde então, o telescópio espacial tem acumulado um enorme volume de dados, que, agora, estão disponíveis no modelo de galáxia Flagship 2 — a maior simulação sintética do Universo já criada.

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