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Review: Super Mario Galaxy 1 + 2 é coletânea de jogos imunes ao tempo

by Fesouza
7 minutes read

A Nintendo nunca dá ponto sem nó e sabe bem como aproveitar oportunidades. No embalo do anúncio de Super Mario Galaxy: O Filme, com janela para 2026, a Big N achou que seria uma boa hora para reintroduzir os dois principais jogos 3D do mascote bigodudo durante a sua comemoração de 40 anos. E, convenhamos, não há momento mais oportuno que este.

Super Mario Galaxy 1 e 2 são os games mais geniais de plataforma 3D da história dos videogames. Isso não é opinião, é fato. Brincadeiras à parte, a coletânea chega para saciar a sede por um novo título do encanador no Nintendo Switch 2. Afinal, Super Mario Odyssey foi lançado há um bom tempo, em 2017.

Ter revisitado as duas aventuras intergalácticas de Mario no Switch 2, com poucas, porém bem-vindas melhorias de qualidade de vida, o que inclui uma excelente localização para o português do Brasil, diga-se, me fez compreender por que a Nintendo não se deu ao trabalho de recriá-las com tratamento de remake ou remaster de luxo. Por quê? Bem, porque simplesmente não precisa.

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Pingos nos is

Antes de falar sobre os jogos em si, preciso colocar o dedo na ferida: preço. E não, não pretendo apontá-lo como uma ressalva, mas me explico. Se o custo for tratado como ponto negativo, no atual cenário em que vivemos, com as coisas encarecendo de forma descomedida, esse seria um problema de quase todo jogo.

Críticas a preços abusivos devem sempre ser feitas pelos meios corretos, mas eu acabaria me repetindo em toda análise. Vou me desgastar ao redigir a mesma coisa, e você, caro leitor, também ficará saturado de ler os mesmos argumentos. Não é segredo para ninguém: jogar videogame custa caro e, mais do que nunca, é considerado um hobby de luxo.

Seja uma coleção com dois títulos de Wii de quase duas décadas, que é o caso aqui, ou um lançamento nas plataformas concorrentes, 400 reais é um preço proibitivo para qualquer produto de entretenimento, sejamos realistas. Não há como normalizar esse valor num país cujo poder aquisitivo está cada vez menor, mas isso, cá entre nós, não é culpa de uma única empresa.

Logo, Super Mario Galaxy 1 + 2 é caro, assim como outros jogos de grande expressão, inclusive nos consoles com os quais o Nintendo Switch coexiste, até no PC. Postos os pingos nos is, preço sempre foi uma questão para nós, no Brasil, que amamos videogame, mas creio que não seja o caso de pontuá-lo como um revés de review, já que o buraco, como você bem sabe, é mais embaixo.

Sinônimos de perfeição

Perfeição é utopia, mas a busca pela melhoria contínua, mesmo diante de algo praticamente definitivo, tem seu valor. A compilação dos irretocáveis Mario Galaxy mexe no que realmente precisa e traz ajustes na resolução de ambos os jogos, com upscale para 1080p no Switch, enquanto o Switch 2, por meio de uma atualização gratuita, atinge o almejado 4K quando acoplado ao dock, conectado à TV. É lindo de ver.

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Para quem acha que não é grande coisa, o Wii rodava esses dois jogos nativamente a 480p, então, sim, o salto na qualidade da imagem é gritante, sobretudo na TV, no Switch 2, ainda que as cutscenes quebrem a harmonia por não terem recebido o mesmo cuidado. A imagem é cristalina, agora com cores mais vibrantes, e só realça o trabalho exemplar da Nintendo em seu processo de criogenia técnica e criativa.

 

E não, não é só no visual: do level design dos planetas aos personagens que transbordam carisma, Galaxy 1 e 2 irradiam engenhosidade tanto quanto Super Mario Odyssey e Super Mario 3D World + Bowser’s Fury, os mais recentes. São jogos brilhantes, cada qual com suas virtudes, e que continuam imunes ao tempo.

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O primeiro Mario Galaxy, entretanto, só não é um nota 10 para mim em razão de seu hub, o Observatório Comet, que é um tanto cansativo de navegar. Sua sequência, por outro lado, corrige esse deslize, apostando em uma estrutura mais, digamos, old-school de Mario, com uma área central mais contida e, principalmente, fases segmentadas em um mapa linear.

Além de depositar suas moedas em batalhas mais frequentes contra chefes, Mario Galaxy 2 tem Yoshi como protagonista da experiência, sendo o twist que a série precisava para dar nova vida às galáxias, já que abre uma nova paleta de desafios de gravidade. Não hesito em dizer que Mario Galaxy 2 é, na minha humilde opinião, o melhor Mario 3D lançado até hoje.

No 2D ou 3D, o fato é que os jogos de Mario sempre fizeram questão de se reinventar a cada fase, prezando por estímulos constantes de dopamina. Na franquia Galaxy, contudo, esse anseio por inovação é elevado ao quadrado: os planetas têm temática própria, transformações únicas e adoram pegar o jogador de surpresa com obstáculos imprevisíveis. Dá para contar nos dedos de uma mão só as vezes em que a Nintendo recorre às mesmas soluções de design entre um estágio e outro.

Mais qualidade de vida

Não que precisasse, mas Mario Galaxy 1 + 2 trouxe controles adaptados ao Nintendo Switch, com refinamentos sutis nos comandos, especialmente nas ações de movimento com os joy-cons. No entanto, por mais que a jogabilidade esteja em sua melhor forma, por serem jogos de Wii, coletar estrelitas pode ser um tanto frustrante com a mira giroscópica – o Pro Controller é o que mais sofre nesse sentido.

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A interface, por sua vez, está mais agradável e agora condiz com os games atuais do encanador, sem perder a elegância e o estilo minimalista que caracteriza a geração do Wii. Pensando em tornar as duas jornadas mais acessíveis a crianças ou pessoas que não têm familiaridade com jogos, há um modo ajuda para dar vidas extras ao nosso mascote, também o protegendo de quedas nas armadilhas mais cabeçudas. Fica a dica para quem quer se aventurar no cooperativo com alguém que não tem muita habilidade no controle.

Vale a pena?

A coletânea Super Mario Galaxy 1 + 2 carrega nas costas os dois melhores games de plataforma 3D protagonizados por Mario. Ambos parecem ter sido congelados no tempo e não mostram sinais de desgaste em absolutamente nada – muito pelo contrário: ressaltam a bruxaria da Nintendo em criar games mágicos e atemporais.

Otimizações pontuais foram aplicadas para torná-los mais amigáveis a novos públicos, mas, honestamente, nem precisava disso tudo. Mario Galaxy 1 e 2 merecem ser dicionarizados como sinônimos de perfeição nos videogames. Só quem vivencia essa jornada sabe o quanto o bigodudo foi longe (até o espaço, literalmente) para se superar em criatividade.

Nota: 100

Prós (pontos positivos):

  • Mais qualidade de vida, dos controles aos menus;
  • Upscale considerável na resolução, sobretudo no Switch 2;
  • As assistências tornam as aventuras mais convidativas;
  • O que há de melhor na série Mario: dois jogos imunes ao tempo;
  • Textos bem adaptados para o português do Brasil.

Contras (pontos negativos):

  • Mira giroscópica um tanto imprecisa para coletar estrelitas.

Uma cópia dUma cópia de Super Mario Galaxy 1 + 2 foi gentilmente cedida pela Nintendo para o propósito de análise no Nintendo Switch 2. O jogo também está disponível para Nintendo Switch. E aí, você acha que vale a pena revisitar os clássicos com esse preço? Comente nas redes sociais do Voxel e TecMundo.

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