Apontado até pouco tempo atrás como um “elefante branco” sem movimento que justificasse sua estrutura, o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) virou o jogo e hoje ocupa a terceira posição no ranking nacional em número de passageiros transportados.
Até julho, o terminal carioca ficou atrás apenas de Guarulhos, com 26,2 milhões de passageiros, e Congonhas, com 14,6 milhões. No mesmo período, o Galeão registrou 9,7 milhões de embarques e desembarques, um crescimento de 49,2% em comparação ao ano anterior.

Como o Galeão se tornou o aeroporto que mais cresce no Brasil
- Localização: a distância do centro do Rio de Janeiro sempre foi um entrave, favorecendo o Santos Dumont.
- Queda de movimento: em 2016, o Terminal 1 foi desativado devido à baixa demanda.
- Concessão: em 2022, a RIOgaleão chegou a solicitar a devolução da concessão.
- Renegociação: durante o governo Bolsonaro, o contrato foi renegociado e a concessionária permaneceu.
- Mudança estratégica: no governo Lula, o Ministério de Portos e Aeroportos limitou o movimento do Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros/ano.
- Redirecionamento: passageiros foram transferidos para o Galeão, tornando-o novamente o principal aeroporto do estado.
- Ação conjunta: Prefeitura, Governo estadual, Anac e representantes do setor participaram das medidas.
- Capacidade física: o Galeão passou a ser utilizado como hub, com mais slots disponíveis para pousos e decolagens.
- As informações são da BBC.
Experiência do passageiro em transformação
Com a retomada, o Galeão ganhou novo fôlego. O Terminal 1, fechado por anos, voltou a operar voos domésticos, enquanto o Terminal 2 concentra a maior parte das operações nacionais e internacionais.

Os números confirmam a recuperação. No primeiro semestre de 2025, a Gol registrou alta de 32% nas decolagens em comparação ao ano anterior; a Azul transportou 6% mais passageiros; e a Latam cresceu 17%.
Segundo o advogado e especialista em aviação Renan Melo, a articulação entre governo e iniciativa privada foi decisiva para atrair investimentos ao Galeão. Mas não só isso.
O aumento do fluxo de turistas internacionais, impulsionado pelo câmbio, somado à retomada da economia e da demanda doméstica, também tiveram peso.
Jeanine Pires, conselheira da Presidência da República e ex-presidente da Embratur, em entrevista à BBC.
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O novo cenário, entretanto, trouxe impactos à experiência dos passageiros, que antes contavam com a conveniência do Santos Dumont, no centro da cidade, e agora precisam se deslocar até o Galeão.
Mobilidade e segurança no acesso ao aeroporto
Para amenizar as críticas, a Prefeitura do Rio anunciou melhorias no transporte até o terminal. Entre elas, a inauguração do Terminal Intermodal Gentileza, que integra VLT, BRT e ônibus municipais, e a abertura do corredor Transbrasil.

Também entrou em operação um ônibus executivo expresso ligando o Centro ao Galeão e foi criada uma faixa exclusiva na Linha Vermelha para agilizar o acesso de veículos ao aeroporto.
Apesar dos avanços, muitos passageiros ainda relatam insegurança no uso do transporte público para chegar ao terminal.
Futuro do Galeão: entre desafios e potencial
Especialistas ouvidos pela BBC apontam que a sustentabilidade do Galeão depende, sobretudo, do fortalecimento do mercado doméstico, visto como essencial para garantir estabilidade diante da sazonalidade dos voos internacionais.
Na mesma linha, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defendeu que o Galeão pode se consolidar como um dos principais hubs de aviação da América do Sul.
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