O vice-presidente global de parcerias do Instagram, Charles Porch, afirmou não estar por dentro do caso envolvendo o influenciador Hytalo Santos, investigado por produção e divulgação de material pornográfico com menores de idade. Em entrevista à CNN Brasil, Porch disse saber “só um pouquinho” sobre o assunto e evitou comentar detalhes sobre as decisões da plataforma.
A fala ocorreu após ser questionado sobre o motivo de a rede social não ter removido a conta de Hytalo Santos antes da repercussão do vídeo “Adultização”, publicado pelo youtuber Felca, que denunciou práticas de exploração e sexualização de menores na internet. A conta de Hytalo foi desativada apenas em 8 de agosto, dois dias após a publicação do vídeo.
Meta comenta caso e políticas de segurança
Em nota enviada à CNN Brasil, a Meta declarou ter “regras contra sexualização infantil” e que remove conteúdos assim que são identificados. A empresa destacou o uso de tecnologia para detectar comportamentos suspeitos de adultos, evitando interações com contas de adolescentes.
“Em julho, anunciamos novas medidas para dificultar ainda mais que esses adultos encontrem contas que exibem predominantemente conteúdos com crianças, por exemplo via recomendações ou busca”, afirmou o comunicado da empresa.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, por produção e divulgação de material pornográfico infantil. A denúncia foi aceita pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) em 23 de setembro, tornando o casal réu.
Como funciona o controle de contas no Instagram?
Questionado sobre o processo de remoção de contas, Porch explicou que a plataforma tem uma equipe global dedicada à moderação de conteúdo, que atua 24 horas por dia, todos os dias do ano. Segundo ele, as decisões são tomadas com base no número de denúncias e no histórico de violações das políticas da Meta.
“Temos uma equipe de política e uma operação global que olha para os conteúdos 365 dias por ano e 24 horas por dia”, disse. “Com base no número de denúncias que você tiver, a conta pode ser derrubada. As políticas abrangem uma grande variedade de coisas, então é difícil te dar algo super preciso. Mas, em teoria, é assim que o sistema funciona.”
O executivo destacou ainda que criadores de conteúdo podem contestar decisões e têm acesso a ferramentas para verificar quais publicações receberam denúncias. “Nosso trabalho é garantir que entendam quais são as regras e como podem ser impactados por elas”, acrescentou.
Relação com o STF e atuação global da Meta
A CNN também questionou Porch sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que formou maioria para responsabilizar as big techs por conteúdos considerados criminosos de usuários. O executivo evitou opinar diretamente sobre o julgamento e disse não estar atualizado sobre o tema.
“Não estou muito próximo de muitas coisas que estão acontecendo no Brasil. Trabalhamos com governos em todo o mundo para termos a melhor plataforma possível, que ajude criadores, usuários e empresas”, afirmou.
Segundo ele, a Meta mantém especialistas em políticas em diversos países, que dialogam com autoridades locais para equilibrar as regras internas da empresa e as legislações nacionais. “É uma parceria real, adaptada às necessidades de cada país”, concluiu.
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Quem é Charles Porch?
Com quase 15 anos de atuação na Meta, Charles Porch é um dos responsáveis pela criação do ecossistema de influenciadores do Instagram. Desde 2015, ocupa o cargo de vice-presidente global de parcerias, liderando ações com criadores e empresas para fortalecer a presença da plataforma.
Apesar de comandar a área de parcerias, Porch ressaltou que não é especialista em políticas internas do Instagram. “Damos a todos acesso às mesmas ferramentas e produtos, e temos um conjunto de políticas que todos precisam seguir. Todo tipo de criador precisa se encaixar nessas regras e no que elas determinam”, afirmou.
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