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Os peixes sentem sede? A ciência explica como eles bebem água

by Fesouza
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Por sermos mamíferos e vivermos longe dos rios e mares, constantemente sentimos sede. Mas e os animais que vivem na água, será que os peixes sentem sede também? A resposta curta é: sim. 

Ao longo de toda vida, eles precisam lidar com a escassez ou a sobra de água em seus corpos – vai depender se são animais de água doce ou salgada.

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A relação dos peixes com a água demonstra um sistema complexo que busca constantemente equilibrar os sais e líquidos dentro do organismo, garantindo a sobrevivência. 

Os peixes sentem sede?

Peixe-leão (Pterois)
O peixe-leão vive em água salgada e pode viver até 15 anos. (Imagem: Makhh / Shutterstock)

No cerne desse processo está a homeostase – que é a capacidade de um organismo de gerir a si próprio, mantendo em níveis estáveis a temperatura corporal, o pH, e os níveis de glicose. Sim, os peixes têm glicose e a utilizam como principal fonte de energia.

Também é a homeostase que dita se os peixes sentem sede ou não, enquanto algumas espécies bebem água constantemente, outras bebem muito pouca água e urinam o tempo todo. O processo de osmose também é importante, e fundamental para as células, pois regula o fluxo de água e a manutenção das funções celulares. 

“É preciso pensar em um peixe como uma espécie de barco com vazamentos na água. Há constantemente um movimento de água ou de sais entre o corpo do peixe e o ambiente externo”, explica o biólogo marinho Tim Grabowski, da Universidade do Havaí, em comunicado à LiveScience.

Em se tratando dos animais de água salgada, os peixes sentem sede, aliás, sentem não, vivem com sede. Isto acontece porque o sangue desses peixes tem uma concentração de sódio muito menor do que a água do mar, o que leva os animais a perderem água constantemente para o ambiente, aumentando a sede.

Peixe-anjo-imperador (Pomacanthus imperator)
O Peixe-anjo-imperador é famoso por suas cores vibrantes que mudam com o passar dos anos. (Imagem: Jan Leya / Shutterstock)

No processo evolutivo dos peixes de água salgada, foram desenvolvidas as células de cloreto que ficam nas brânquias e operam como bombas que expulsam o excesso de sal no organismo. Diante desse cenário, os peixes de água salgada urinam com menor frequência.

Já para os peixes de água doce acontece o oposto. Devido a baixa salinidade contida nos rios e lagos, a água está constantemente entrando nos corpos desses animais, e eles a absorvem como uma esponja. Por isso, eles praticamente não bebem água – exceto por acidente enquanto se alimentam – e urinam o tempo todo.

Em suma, os peixes sentem sede. Mas o processo evolutivo levou os peixes de água doce a criarem estratégias fisiológicas que permitissem concentrar sais no organismo, enquanto os peixes marinhos, por uma questão de sobrevivência, desenvolveram as células especiais que liberam o organismo do excesso de sal para viverem com qualidade em um ambiente com alta salinidade.

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