Militares da Coreia do Norte estariam envolvidos nos ataques de drones da Rússia à Ucrânia, pilotando as aeronaves não tripuladas em uma área próxima à fronteira entre os dois países. A informação foi divulgada pelas forças armadas ucranianas em um canal no Telegram, nesta quinta-feira (16).
De acordo com as informações de Kiev, os soldados liderados por Kim Jong-Un estão atualmente operando na cidade russa de Kursk, onde ocorreu um ataque surpresa em meados do ano passado. Desde então, passaram a auxiliar as tropas de Moscou na defesa da região e a se aventurar em ofensivas ao país vizinho.
Missões de reconhecimento e ataque
No comunicado publicado no app de mensagens, autoridades da Ucrânia afirmam ter interceptado conversas entre os pilotos de drones norte-coreanos e o Exército da Rússia. Segundo o texto, eles participam de missões de reconhecimento aéreo na cidade de Sumy, palco de um grande conflito em fevereiro de 2022, no início da guerra.
- As pequenas aeronaves identificam o posicionamento das tropas ucranianas e a localização de diferentes tipos de alvos, repassando as informações para Moscou;
- Além de enviar os dados de reconhecimento, esses drones também são usados para realizar ataques ao território ucraniano, conforme o relatório;
- Fotos de um suposto soldado da Coreia do Norte ao lado de vários drones de visão em primeira pessoa (FPV) foram compartilhadas no mensageiro;
- Esses quadricópteros se destacam pelo baixo custo, facilitando a reposição, e a capacidade de fornecer imagens detalhadas dos alvos, registradas de perto.
Não se sabe exatamente há quanto tempo os norte-coreanos estão apoiando os ataques russos na área, mas Jong-Un enviou cerca de 11 mil militares para Kursk em novembro do ano passado. O objetivo era tentar retomar o território perdido para a Ucrânia em regiões próximas.
Treinado pelo Exército russo em operações de drones, táticas de infantaria e artilharia, o grupo participou de várias batalhas sangrentas e há relatos de que milhares deles morreram ou se feriram, devido à pouca experiência nesse tipo de combate, conforme o Business Insider. Apesar das perdas significativas, muitos continuam por lá.
Acordo de defesa mútua
Em dezembro de 2024, entrou em vigor um novo pacto de defesa mútua entre Rússia e Coreia do Norte, que prevê assistência militar caso uma das nações seja atacada. Em relação à guerra contra a Ucrânia, Moscou recebeu mísseis, artilharia e munições, além dos soldados.
Já o país asiático vem ganhando apoio tecnológico e diplomático. Além disso, passou a desenvolver novas táticas de guerra, principalmente envolvendo drones, e outras capacidades que podem ser aproveitadas nos conflitos em que se envolver.
De olho na parceria, a Ucrânia alertou que registra todos os casos de participação estrangeira confirmada nas batalhas. O país afirmou que todas as forças envolvidas nas agressões armadas serão “neutralizadas”.
Curte tecnologia militar? Nesta matéria, você confere mais informações sobre componentes e recursos presentes em drones utilizados pela Rússia.
