Como está sua agenda para esta quinta-feira (23)? A da Lua está repleta de compromissos, começando com uma “visitinha” a Marte logo pela manhã, poucas horas antes de um encontro com Mercúrio. O dia termina com o satélite atingindo a distância máxima da Terra – ponto chamado de apogeu.
É preciso ser ligeiro para ver a Lua em conjunção com Marte e Mercúrio
Dando continuidade à “turnê” de outubro pelos planetas do Sistema Solar, a Lua visita Marte às 10h29 da manhã (pelo horário de Brasília) em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica – quando dois ou mais astros compartilham a mesma ascensão reta (coordenada equivalente à latitude terrestre).
Segundo o guia de observação InTheSky.org, naquele momento a luz do Sol deve ofuscar a dupla. No entanto, ao anoitecer, por volta das 18h35, eles ainda estarão bem próximos um do outro, permanecendo visíveis por apenas cerca de 50 minutos antes de “mergulharem” na linha do horizonte. De São Paulo, por exemplo, eles começam a aparecer no céu a 20º na direção sudoeste.
Quase três horas depois da conjunção com Marte, a Lua se aproxima de Mercúrio. Esse momento também não será observável, por acontecer em plena luz do dia. Eles estarão visíveis a partir 18h32, 16° acima do horizonte oeste, sumindo de vista às 19h49.
Isso significa que o melhor momento para observar os três é mais ou menos entre 18h40 e 19h00, quando eles estarão a cerca de 15º a 10º acima do horizonte, na direção oeste.
A Lua estará em magnitude de -9, enquanto a de Marte estará em 1.5 e a de Mercúrio em -0.2, com os três na constelação de Libra. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
O trio não estará próximo o suficiente para caber no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de um par de binóculos.
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Satélite fica mais distante da Terra à noite
Mais tarde, a Lua vai “dar um tempo” da Terra – confesse: às vezes, dá vontade de fazer o mesmo, né?
Às 20h30, ela atinge o apogeu, que é o ponto mais distante da Terra em sua órbita atual ao redor do planeta, de acordo com o InTheSky.org.
A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância varia 14%, entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.
“Esses valores são médios porque, na prática, variam bastante devido às influências gravitacionais do Sol e dos outros planetas do Sistema Solar” diz Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.
O tamanho angular do astro também varia pelo mesmo fator, e seu brilho se altera, embora isso seja difícil de detectar na prática, já que as fases da Lua estão mudando ao mesmo tempo. Desta vez, por exemplo, ela está no segundo dia da fase nova – a primeira do ciclo atual, começando um novo ciclo (ou seja, a fase “nova”) no dia 20 de novembro.
O tempo do circuito perigeu-apogeu-perigeu da Lua é de 27,55 dias. Isso é um pouco mais do que seu período orbital, que é de 27,322 dias. “Esse período é chamado de mês sideral, e é diferente do mês sinódico, que é o período de 29,5 dias entre duas novas, porque como a Terra também está girando em torno do Sol, a Lua precisa de um pouco mais de uma volta para apresentar o mesmo alinhamento com o Sol, e consequentemente, a mesma fase”, explica Zurita.
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