Os fãs de Chainsaw Man aguardaram 3 anos pela continuação da história que, até então, tinha apenas uma temporada. Quando o filme foi anunciado, a expectativa natural de quem não leu o mangá era de que o longa trouxesse algumas explicações, além de ser uma continuação da história. Mas não é bem isso que acontece aqui em “Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze”.
Apesar de ser um filme muito divertido, a falta de profundidade em sua história e em seu desenvolvimento deixa um vazio. Não dá para falar que o novo filme do homem motosserra entedia em nenhum de seus 100 minutos, mas quem esperava ter perguntas respondidas neste arco pode sair um pouco decepcionado da sala de cinema.
Reze dita o ritmo do filme
Não é à toa que Reze dá nome ao arco. A personagem deixa seu marco no filme, com uma entrada sutil mas que claramente já aponta algo. Reze é sedutora e macabra na mesma medida, o que a torna uma personagem interessante de cara, mesmo sem revelar nada do que está por vir após seu encontro.
A relação dela com Denji causa uma estranheza perfeita para apresentar o tom da trama e o lugar em que o protagonista se encontra. A abordagem de Reze faz Denji entender onde quer estar e comunicar essa vontade ao público, mesmo que não tenha completa certeza disso. A dinâmica ainda é complementada por analogias em imagens, ajudando o público a entender o que estava acontecendo de maneira mais indireta.
A animação faz jus à ação
O estúdio MAPPA, mais uma vez, não decepciona. Se você sentiu falta de uma grande luta no final da 1ª temporada, aqui a ação dura quase o filme todo. O destaque principal fica para o poder do demônio contra o qual os nossos caçadores lutam, que possibilita um show de explosões e de surpresas, fazendo com que o público nunca consiga prever seu próximo movimento.
Para um anime que demorou 3 anos para ter sua continuação, é natural que o público anseie por uma sequência dos fatos apresentados anteriormente, mas essa claramente não foi a prioridade neste arco.
Os coadjuvantes Anjo e Beam também trazem emoção para a luta. A presença de mais personagens colabora para não deixar as cenas de luta maçantes, considerando que são muitas. A trilha sonora também é bem impactante e acompanhar a animação de altíssima qualidade que permanece em destaque durante todo o filme; há até momentos em que o tipo de animação muda, deixando as cenas ainda mais únicas.
Precisava ser +18 mesmo?
Um dos pontos que deixa o filme interessante e fiel à narrativa que ele conta é a falta de medo de colocar cenas fortes. Permeando entre cenas extremamente gore, momentos leves de humor e conteúdo sexual explícito para provocar um protagonista de 16 anos que tem como meta conquistar garotas e ter experiências sexuais, a notícia é ruim para quem não aprovou a classificação indicativa. Faz sentido, sim, ela permanecer para maiores de 18 anos.
Falta de história é o ponto fraco do filme
Uma narrativa que se baseia principalmente em cenas de lutas, por mais bem feitas que elas sejam, têm suas desvantagens. Falta desenvolvimento, diálogos significativos e explicações nesse filme. Para um anime que demorou 3 anos para ter sua continuação, é natural que o público anseie por uma sequência dos fatos apresentados anteriormente, mas essa claramente não foi a prioridade neste arco.
Personagens que foram destaque na 1ª temporada, como Aki, Power e Makima tem pouco envolvimento na narrativa. Não dá para falar que nada a respeito de Denji mudou, ele cresce, sim, nesse filme. O poder da motosserra é ampliado e ele aprende mais sobre si mesmo. A questão é que, se o telespectador quiser pular o filme e ir direto para a próxima temporada, ainda sem data de estreia, ele pode. Porém, não seria recomendado, visto que o filme têm diversos pontos positivos.
Vale a pena ver “Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze”?
O filme não funciona perfeitamente nem pra quem não acompanhou o anime, porque essa pessoa não vai entender questões chave, e nem pra quem é fã e estava esperando uma grande continuação. Ele funciona para quem é fã e quer apenas matar a saudade de uma animação impecável, personagens divertidos e autênticos e lutas eletrizantes. Se você se identifica com esse último grupo, vá ao cinema sem medo.
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