A baleia jubarte é a responsável pela maior migração que se tem conhecimento no nosso planeta. Estes animais podem percorrer distâncias de até 25 mil quilômetros por ano para procurar comida e para fins reprodutivos.
Cientistas explicam que estas viagens são guiadas pela memória e por pistas ambientais que ajudam na orientação destes enormes mamíferos. No entanto, as mudanças climáticas estão embaralhando estes sinais e desviando os tradicionais cursos migratórios.

Aumento do risco de extinção
- O mais recente relatório da Convenção das Nações Unidas sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Selvagens alerta sobre este cenário.
- A organização monitora e protege mais de mil espécies migratórias.
- Destas, 20% correm risco de extinção.
- Segundo os cientistas, os efeitos das mudanças climáticas na migração aumentam ainda mais este risco.
- Isso cria um desequilíbrio ambiental, alterando quando e onde os recursos aparecem, além de quão abundantes eles são.
- Ao mesmo tempo, ocorrem mudanças importantes nas condições ambientais que as espécies devem suportar e os outros organismos com os quais interagem.
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Os impactos das mudanças climáticas no ciclo natural das baleias
De acordo com o documento, o desvio de curso das migrações das baleias faz com que muitos destes animais acabem presos em equipamentos de pesca. Esse cenário pode reduzir drasticamente a população destes mamíferos.
Em condições normais, as baleias migratórias chegam às suas áreas de alimentação polar na mesma época em que o krill, sua presa preferida, está abundante. Essa sincronicidade permite que os animais se alimentem por vários meses, construindo reservas de gordura que garantirão a sobrevivência durante a viagem de volta para seus locais de reprodução.

O problema é que o aumento médio das temperaturas do planeta e o derretimento do gelo marinho estão interrompendo esse ciclo. Há cada vez menos krill disponível, o que força as baleias a percorrerem distâncias ainda maiores para buscar comida, sem nenhuma garantia de que isso vá acontecer.
O resultado disso, explicam os pesquisadores, é que está se tornando mais comum ver algumas das maiores baleias do mundo, incluindo jubartes, em regiões atípicas. Além disso, elas parecem muito mais magras do que o normal, o que pode ter um impacto direto na capacidade de reprodução e sobrevivência das espécies.
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