O “cérebro” da nova Siri da Apple deve ser o Gemini, do Google. Mas o usuário talvez nunca perceba. Segundo a newsletter de Mark Gurman, da Bloomberg, a assistente reformulada que chega com o iOS 26.4 será parcialmente movida por versões customizadas da inteligência artificial (IA) do Google, rodando nos servidores da Apple.
A parceria, no entanto, será mantida numa espécie de sigilo. Toda a experiência será apresentada como tecnologia própria da Apple, com interface e controle integral sobre dados. Na prática, a abordagem vai ser parecida ao que a Samsung faz com o Galaxy AI, que também funciona por meio do Gemini.
Siri vai ter o Gemini do Google ‘por baixo do capô’, segundo a Bloomberg
De acordo com Gurman, o acordo prevê que o Gemini atue “por baixo do capô”, ajudando a Siri a planejar ações, buscar informações e resumir respostas complexas. Enquanto isso, os dados pessoais seguem processados no próprio dispositivo, pelos modelos nativos da Apple.
O acordo entre Apple e Google para a nova Siri
A edição mais recente da newsletter Power On, da Bloomberg, detalha a estratégia que vinha sendo especulada desde setembro: o Google vai fornecer o modelo de linguagem que servirá de base para o novo cérebro da Siri, enquanto a Apple cuida da infraestrutura e da experiência do usuário.

O sistema será hospedado no Apple Private Cloud Compute, rede própria de servidores que permitirá processar solicitações complexas sem enviar dados para fora do ecossistema da empresa.
A ideia é garantir que a assistente consiga responder a perguntas mais pessoais – como lembretes, mensagens ou recomendações salvas – mantendo o padrão de privacidade e segurança local que a Apple sempre usa como chamariz.
Segundo Gurman, a empresa chegou a testar modelos de outras empresas, como a Anthropic e a Perplexity. Mas optou pelo Gemini por viabilidade técnica e financeira, além da relação comercial já existente com o Google.
A integração, porém, será discreta. O nome “Gemini” não aparecerá em lugar algum. E todas as interações serão apresentadas como respostas nativas da Siri.
Na prática, o acordo permite que a Apple entregue finalmente a versão “inteligente” da assistente prometida há anos sem admitir dependência tecnológica de um concorrente direto.
Como o sistema vai funcionar
A atualização marcará o início de uma nova arquitetura para a assistente da Apple, dividida em três módulos principais:
- Planejador: responsável por interpretar o pedido do usuário;
 - Buscador: vasculha informações no aparelho e na web;
 - Resumidor: que organiza e entrega a resposta de forma direta.
 
O Gemini atuará justamente nessas duas pontas — planejamento e sumarização — para tornar as respostas mais naturais e contextuais. Já o processamento de dados pessoais, como fotos, contatos e mensagens, continuará restrito aos modelos internos da Apple.

Além de responder perguntas mais complexas, a nova Siri deve ganhar capacidade de entender contexto e executar ações encadeadas – por exemplo: enviar um arquivo após resumir um e-mail ou sugerir ajustes no calendário com base em conversas anteriores.
O sistema também vai funcionar como um buscador conversacional, integrando dados do aparelho, de aplicativos e da internet. A Apple planeja lançar essa versão junto com o iOS 26.4, previsto para março ou abril de 2026. E já prepara um display inteligente doméstico para aproveitar os novos recursos do assistente, segundo Gurman.
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Próximos passos da Apple Intelligence
A reformulação da Siri é o primeiro passo da nova fase da Apple em IA. Gurman aponta que o iOS 27, previsto para ser anunciado na WWDC de 2026, trará uma segunda leva de avanços na Apple Intelligence — incluindo recursos mais integrados e possivelmente expandidos para o macOS, watchOS e outros produtos do ecossistema.
A expectativa é que, até lá, a empresa consolide a combinação entre modelos próprios e parcerias externas, usando o Gemini “por trás das cortinas”, enquanto promove ao público uma experiência totalmente Apple.
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