O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou nesta quinta-feira (6) na abertura da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém. O encontro serve como um “esquenta” para o evento principal, que começa oficialmente na segunda-feira (10).
No discurso, Lula destacou a importância da união global para enfrentar a crise climática. Segundo o presidente, é preciso superar as desavenças para avançar a pauta sobre o clima global. “Para avançar, será preciso superar dois descompassos. O primeiro é a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real”, destacou. “O combate à mudança do clima deve estar no centro das decisões de cada governo, de cada empresa, de cada pessoa”, completou.
Lula ainda citou que conflitos globais tiram a atenção do combate às mudanças climáticas. “Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam atenção de recursos que deviam ser destinados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidades está se fechando”.s
No discurso, o presidente criticou ainda quem nega em reconhecer a emergência global. “A humanidade está ciente do impacto da mudança do clima há mais de 35 anos”, declarou. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade”, finalizou.
O que é a Cúpula dos Líderes da COP30?
A Cúpula dos Líderes marca a abertura política da COP30, que terá suas negociações formais entre 10 e 21 de novembro. A reunião é promovida pelo Brasil e reúne governantes, vice-presidentes e ministros de cerca de 140 países.
De acordo com o Itamaraty, a Cúpula dos Líderes busca dar “direção política” às negociações, sem caráter deliberativo. Isso significa que nenhuma ação global pode ser definida no encontro. Na prática, a reunião funciona como um espaço de diálogo.
Embora não produza resoluções nem tratados, o evento tem peso simbólico. É nele que devem se formar as primeiras impressões sobre o clima político da conferência e sobre a disposição real dos governos em avançar em temas como financiamento climático, adaptação e redução de emissões.
COP acontece pela primeira vez no Brasil
Essa será a primeira vez que a Conferência das Partes (COP) acontece no Brasil. A principal proposta do governo brasileiro será a criação do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) para garantir o financiamento de projetos de preservação do bioma presente em 70 países.
Segundo o Itamaraty, o TFFF tem potencial para arrecadar cerca de US$ 125 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) por ano entre recursos públicos e privados. O montante será gerido por um comitê ainda em formação, com representantes dos países envolvidos no projeto.
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Além disso, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento até 2030 e a reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em 59% a 67% até 2035, em comparação com os níveis de 2005 — o que equivale a alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente. Essa meta foi apresentada na COP 29, em Baku (Azerbaijão).
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