Os Maias foram uma civilização pré-colombiana que se desenvolveu principalmente em áreas do atual México, e em partes da Guatemala, Belize e Honduras. O povo é conhecido por sua cultura, com destaque para a escrita hieroglífica, a matemática, a astronomia e o calendário.
Além disso, algumas construções erguidas por essa população antiga chamam a atenção até hoje. É o caso de um monumento de cerca de três mil anos recém-descoberto e que teria servido como um modelo do universo.

Aguada Fénix apresenta formato surpreendente
- De acordo com pesquisadores, um vasto complexo maia foi descoberto graças ao uso de equipamentos de sensoriamento remoto durante um sobrevoo.
- Análises revelaram que ele foi erguido há 3.050 anos e utilizado por cerca de 300 anos.
- Trata-se de um platô artificial feito de terra, com calçadas, canais e corredores.
- A construção fica no sudeste do México e recebeu o nome de Aguada Fénix.
- Segundo os cientistas, ele é o mais antigo e maior sítio arquitetônico na área ocupada pela antiga civilização maia.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
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Representação de como os maias imaginavam o universo
O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o formato da construção. O local apresenta cruzes de tamanhos crescentes com uma cavidade cruciforme no centro, contendo preciosos artefatos rituais. Acredita-se que este desenho representava como o povo concebia o universo.
É como um modelo do cosmos ou universo. Eles acreditavam que basicamente o universo era ordenado com base nesse padrão cruciforme, e isso estava ligado à ordem do tempo. Antes deste sítio não havia construções substanciais. Não havia praticamente nada arqueologicamente; eles nem mesmo usavam cerâmica.
Takeshi Inomata, professor da Universidade do Arizona e autor principal do estudo

No centro do sítio fica uma grande plataforma retangular elevada ou praça com capacidade para reunir mais de mil pessoas. Ela está localizada na intersecção de duas longas vias, uma que corre de norte a sul e outra de leste a oeste, que possivelmente eram utilizadas como rotas processionais. Já no meio da praça elevada, os arqueólogos descobriram uma cavidade em forma de cruz que tinha acesso por degraus a partir da plataforma superior. Dentro dela havia uma cavidade menor que continha um conjunto de artefatos de jade, também dispostos em forma de cruz.
O eixo leste-oeste da estrutura monumental estava alinhado com a direção do nascer do sol em 17 de outubro e 24 de fevereiro, o que indica que o monumento poderia ter funcionado como um local ritual durante dias importantes do calendário maia. As evidências sugerem que a construção não era permanentemente ocupada, sendo possivelmente utilizada como um local de reunião e adoração durante a estação seca.
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