As portas da Rockstar North e da Take-Two, em Edimburgo e Londres, se tornaram palco de protestos nesta quarta-feira (6) após a demissão de cerca de 30 funcionários ligados ao desenvolvimento de GTA 6. Os trabalhadores, organizados pelo sindicato IWGB (Independent Workers Union of Great Britain), alegam que foram dispensados injustamente e acusam a empresa de “repressão sindical”.
Os manifestantes carregavam cartazes com frases inspiradas nos jogos da empresa, como “Grand Theft Employment” e “All you had to do was follow the damn law, Rockstar” — um clássico de GTA San Andreas. Muitos dos ex-funcionários exigem reintegração e compensação salarial, negando as acusações de que teriam vazado informações sigilosas do estúdio.
As manifestações ganharam apoio público de figuras políticas, como Ross Greer, co-líder do Partido Verde da Escócia, que afirmou nas redes sociais: “Reintegrem os trabalhadores e ofereçam as condições justas que eles merecem por fazerem um jogo que renderá bilhões.”
Sindicato acusa Rockstar de “quebra de direitos trabalhistas”
De acordo com o IWGB, todos os demitidos eram funcionários do Reino Unido e do Canadá que participavam de um grupo privado no Discord dedicado à organização sindical dentro da Rockstar. Segundo o sindicato, a empresa utilizou o suposto “vazamento de informações confidenciais” como justificativa para uma ação deliberada contra a sindicalização.

Em nota enviada à imprensa, o presidente do IWGB, Alex Marshall, afirmou que a decisão foi “um ataque aos direitos dos trabalhadores” e que a entidade pretende buscar todas as medidas legais possíveis para reverter as demissões. “A Rockstar tem medo de funcionários que buscam um ambiente de trabalho mais justo e coletivo”, disse Marshall.
O IWGB também destacou que a Rockstar recebeu mais de £443 milhões em incentivos fiscais nos últimos anos, ao mesmo tempo em que “demonstra desprezo total pela lei e pelos meios de subsistência de seus funcionários”.
Um relato de um suposto funcionário publicado no maior fórum de GTA, e que foi validado por moderadores, também trouxe mais detalhes sobre o assunto. Segundo as informações, que não foram confirmadas oficialmente, a moral dentro do estúdio está mais baixa do que nunca após os layoffs.
Rockstar nega repressão e fala em “quebra de confidencialidade”
A Take-Two, empresa-mãe da Rockstar, emitiu uma declaração afirmando que as demissões ocorreram por “má conduta grave” e que “não há relação com atividades sindicais”. Segundo o comunicado, os funcionários teriam sido “encontrados distribuindo e discutindo informações confidenciais em um fórum público”, o que violaria as políticas internas da companhia.
Um dos ex-funcionários rebateu publicamente essa versão, dizendo que foi dispensado “sem aviso, sem evidências e sem a chance de se defender”. Segundo ele, o grupo privado no Discord era voltado apenas a conversas sobre direitos trabalhistas e apoio mútuo entre colegas. “Perder meu emprego por isso é profundamente injusto. Ninguém deveria ser punido por fazer parte de um sindicato ou por falar honestamente sobre o trabalho”, afirmou.
Protestos antecedem novo adiamento de GTA 6
As manifestações ocorreram pouco antes do anúncio do novo adiamento de GTA 6, que passou de maio para 19 de novembro de 2026. A decisão foi revelada durante uma conferência com investidores da Take-Two, e levantou especulações entre fãs e analistas de que a instabilidade interna causada pelas demissões poderia ter contribuído para a mudança de data.
Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive, afirmou que o adiamento é “a decisão certa” e que o estúdio “nunca se arrependeu de dar mais tempo para polir seus jogos”. Segundo ele, outras empresas deveriam seguir o mesmo caminho em vez de “lançar jogos antes da hora”.
Apesar da justificativa oficial de que o atraso visa garantir mais qualidade e “polimento”, a coincidência temporal entre os protestos e o adiamento reacendeu discussões sobre a cultura interna da Rockstar — e sobre como as recentes demissões e conflitos trabalhistas podem estar impactando o desenvolvimento do jogo mais aguardado da década.
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