Se as notícias sobre a escassez de chips de memórias já eram preocupantes, o cenário global ficou ainda mais complexo. Uma reportagem desta sexta-feira (14) da Reuters aponta que a Samsung aumentou os preços desses componentes em até 60% desde setembro e o preço final de muitos outros produtos também deve encarecer por conta disso.
A informação foi confirmada ao veículo por duas fontes próximas ao assunto. Por exemplo, os chips de memória DDR5 de 32 GB saltaram de US$ 149 (cerca de R$ 800 na cotação atual) em setembro para US$ 239 (R$ 1.300) em novembro. Já as versões de 16 e 128 GB receberam um aumento de 50%, e o acréscimo mais baixo foi nos módulos de 64 e 96 GB, com salto de 30%.
O conteúdo ainda explica, por meio da analista da TrendForce, Ellie Wang, que a Samsung pode realizar novos aumentos. É possível que a gigante sul-coreana eleve o preço dos contratos trimestrais entre 40% a 50% no período que corresponde de outubro até dezembro, superando com folga a margem de 30% especulada pela indústria.

“Eles estão realmente confiantes de que o preço vai aumentar. E o principal motivo é que agora a demanda está muito forte e todos estão trabalhando em acordos de longo prazo com os fornecedores”, explica a analista da TrendForce em contato com a Reuters.
Por que o preço das memórias vai aumentar?
Embora a notícia sobre o aumento de 60% por parte da Samsung seja algo inédito, as movimentações passadas do mercado já indicavam acréscimos imponentes em memórias. A principal razão é que esses componentes são essenciais para servidores e data centers, principalmente aqueles especializados em IA.
- Como a expansão da IA generativa aumenta dia após dia, os donos dos data centers estão comprando cada vez mais chips de memória;
- Esse movimento faz com que a infraestrutura de IA consuma a oferta disponível no mercado e aumente a demanda;
- Dessa forma, as fabricantes de chips tem a opção de aumentar a produção em larga escala, ou aumentar os preços e manter a mesma métrica de fabricação;
- A estratégia de muitas delas, como a Samsung, é focar no aumento de preço e forçar os consumidores a pagar mais;
- Como a companhia já tem inúmeros acordos de compras para até 2027 com parceiras, legalmente a empresa está protegida;
- Por outro lado, a pressão e custos para quem constrói os data centers aumenta, já que terão que pagar mais pelas memórias.
Os impactos também devem ser sensivelmente observados no mercado doméstico de celulares e computadores. A própria Asus alertou recentemente que o preço de computadores deve ficar mais caro por conta dessa crise no fornecimento dos chips de memória, e reajustes de preço são inevitáveis em um futuro próximo.
Quer acompanhar novidades sobre novidades da Samsung, o mercado de hardware e tecnologia em geral? Siga o TecMundo no X, Instagram, Facebook e YouTube e assine a nossa newsletter para receber as principais notícias e análises diretamente no seu e-mail.
