De acordo com o portal IFLScience, em um estudo realizado pelo professor de genômica evolutiva da Universidade de Estocolmo e do Centro de Paleogenética, Love Dalén, e uma equipe de várias instituições de pesquisa, foi possível recuperar o RNA de um mamute-lanoso muito bem preservado encontrado no permafrost do nordeste da Sibéria.
Ao todo foram estudados os tecidos de 10 mamutes-lanosos, mas um deles chamou mais a atenção dos pesquisadores: Yuka, um espécime jovem que se encontrava em excelente conservação de seu corpo, mesmo tendo quase 40.000 anos.
Os especialistas conseguiram estudar o RNA de Yuka e obter informações importantes sobre ele, como a expressão gênica do animal, um pouco antes de morrer.
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A importância da descoberta
De acordo com uma declaração dada pelo Love Dalén ao IFLScience, a atividade do RNA “é o que diferencia os diferentes tipos de células. Todas as células têm o mesmo DNA, então o que as diferencia são os genes que estão ativados. Portanto, a recuperação do RNA nos informa quais genes estavam ativos em tecidos específicos, fornecendo informações sobre a biologia de animais extintos.”
Ele também destacou sua empolgação com o feito alcançado durante os estudos: “Recuperar RNA, que é uma das moléculas biológicas mais frágeis, de um espécime tão antigo foi incrível e superou o que eu imaginava ser possível há apenas alguns anos.”
Por meio do RNA de Yuka, foi possível observar que o músculo do animal estava passando por um processo de estresse metabólico, algo provavelmente gerado por conta de um ataque de leão das cavernas.

(Imagem: Ana Luiza Figueiredo via DALL-E / Olhar Digital)
Autor principal do estudo, Emilio Mármol, comentou, também ao portal IFLScience, sobre o resultado da análise do RNA de Yuka. “Isso pode ser um reflexo da fuga de Yuka de predadores, provavelmente leões das cavernas, considerando os sinais presentes em seu corpo, embora não seja possível discernir com precisão.”
Os dados do RNA de Yuka também foram eficazes para revelar que o mamute tinha um cromossomo Y, o que significa que ele pertence ao sexo masculino.
Pesquisas futuras
Os pesquisadores desejam explorar ainda mais o RNA e outras partes dos mamutes para obter mais informações sobre a espécie, o seu comportamento e até mesmo como era o mundo no qual ela vivia.

Crédito: Thomas Quine/Wikimedia Commons
“No futuro, poderíamos, por exemplo, analisar os folículos capilares de mamutes para descobrir quais genes controlavam seus pelos lanosos. Isso abre uma nova perspectiva sobre como as características evoluíram e funcionaram, e poderia nos ajudar a entender as diferenças fisiológicas entre espécies extintas e seus parentes modernos”, afirmou Dalén.
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