“E amanhã não seremos o que fomos nem o que somos.” A célebre frase do escritor e poeta romano Ovídio nos lembra que a vida é feita de transformações, e o melhor exemplo dessa lição está no céu. Assim como nós, a Lua também está em constante mudança, seguindo ciclos que vão muito além dos mais conhecidos.
O que a maioria das pessoas acredita é que a Lua tem quatro fases. No entanto, isso é apenas um resumo da incrível trajetória de renovação que ela percorre todos os meses. É hora de ir a fundo nessa eterna metamorfose e conhecer as “interfases”: aqueles momentos de transição entre o que já foi e o que está por vir – pelos quais todos passam na vida.

O que são as fases da Lua?
Diferentemente do que possa parecer, as fases da Lua, que vemos se alternando no céu, não são causadas pela sombra da Terra. Elas são apenas o resultado da luz do Sol refletida na superfície lunar.
Para entender por que a forma da Lua muda, pense o seguinte: ela está sempre com metade do seu corpo iluminada e a outra escura. Isso porque o satélite gira em torno do seu próprio eixo exatamente ao mesmo tempo que dá a volta na Terra. Por isso, está sempre nos mostrando a mesma face. É essa volta ao redor do planeta que muda o ângulo em que vemos a Lua, nos fazendo enxergar uma porção maior ou menor da face iluminada a cada noite.

A Lua orbita a Terra em aproximadamente 27,3 dias. No entanto, devido à forma como a luz solar incide sobre ela, o ciclo de fases leva 29,5 dias para ser concluído. Enquanto o satélite circunda o planeta, sua posição em relação ao Sol muda continuamente. Isso faz com que a face iluminada da Lua se apresente de maneira diferente para nós todos os dias, parecendo aumentar (fases crescentes) ou diminuir (fases minguantes), em um espetáculo de geometria cósmica perfeito.
Quantas e quais são essas fases?
Portanto, as fases são, em essência, a medida da porção iluminada da Lua que conseguimos observar.
Quando a face voltada para nós está plenamente iluminada, temos a fase cheia, momento em que o disco lunar se mostra por completo no céu. Conforme a Lua segue sua órbita, a porção iluminada que vemos começa a diminuir gradualmente. O ciclo prossegue até que nenhum pedacinho da face iluminada da Lua seja visível da Terra. Essa fase é chamada de nova, que é quando o lado permanentemente voltado para a Terra fica escuro, e o chamado “lado oculto” é que recebe a luz solar.

Fases principais e intermediárias da Lua:
Seguem abaixo as quatro fases principais e as quatro interfases da Lua, totalizando oito:
- Nova (principal): quando a face iluminada está voltada para o Sol e a parte escura fica voltada para nós;
- Crescente (principal): uma pequena faixa iluminada começa a aparecer;
- Quarto Crescente (intermediária): metade do disco fica visível;
- Crescente Gibosa (intermediária): mais de metade está clara, aproximando-se da Lua cheia;
- Cheia (principal): toda a face voltada para a Terra está iluminada;
- Minguante Gibosa (intermediária): ainda mais de metade iluminada, mas iniciando o escurecimento;
- Quarto Minguante (intermediária): novamente apenas metade do disco é visível;
- Lua Minguante (principal): resta apenas uma fina faixa iluminada antes de retornar à Lua nova.
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Por que os calendários citam apenas as fases principais da Lua?
Na prática, apenas as fases Nova, Crescente, Cheia e Minguante aparecem nos calendários porque são os momentos mais específicos do ciclo lunar. Cada uma delas é definida quando a diferença entre as posições aparentes da Lua e do Sol no céu – medida em graus ao longo da eclíptica – atinge valores de 0°, 90°, 180° e 270°, respectivamente. Como essa diferença cresce de forma contínua e previsível, essas fases podem ser calculadas com precisão, fornecendo datas e horários exatos para almanaques e outras publicações.
É preciso ressaltar que as fases da Lua (e a porcentagem iluminada do disco lunar) independem do local onde o observador está na Terra. Ou seja, essas mudanças acontecem simultaneamente para todo o globo. O que pode variar de um lugar para outro é apenas o momento em que cada pessoa consegue ver a Lua no céu, dependendo do horário local e da posição geográfica.
Com informações da NASA e Observatório Naval dos EUA.
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