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O que é Cloudflare, um dos pilares de sites e serviços da internet?

by Fesouza
6 minutes read

A internet tem alguns serviços de infraestrutura que são tão difundidos entre clientes de grande ou pequeno porte que, quando eles caem, uma enorme parcela da internet também fica fora do ar. É o caso da Cloudfare, um importante recurso utilizado por empresas de todo o mundo.

Essa companhia relativamente jovem é hoje considerada chave para o funcionamento de vários sites e ferramentas importantes. Clientes incluem desde páginas de empresas até redes sociais, como o X (Twitter), passando também por alguns dos principais chatbots de inteligência artificial (IA) da atualidade.

Mas você sabe exatamente quais os serviços prestados pela Cloudflare e como essa companhia chegou tão rápido ao status de essencial para tantos serviços digitais? A seguir, conheça um pouco mais sobre a marca.

O que é a Cloudflare

A Cloudflare é uma empresa de serviços digitais que oferece uma plataforma unificada de rede, segurança e serviços para clientes diversos.

Autointitulada a “primeira nuvem de conectividade do mundo“, a companhia tem como recurso mais conhecido a rede de distribuição de conteúdo (CDN, que em inglês significa Content Delivery Network).

Essa tecnologia é, basicamente, um conjunto de servidores espalhados pelo planeta capaz de gerar redundância e maior agilidade para navegação na internet. Na prática, ela armazena informações e a estrutura inteira de sites e serviços, que a partir dessas “cópias” permite que eles sejam acessados mais rapidamente a partir da solicitação do usuário.

No caso da Cloudflare, são 330 locais em todo o mundo para otimizar a navegação, garantir tempos de carregamento mais rápidos e reduzir taxas de hospedagem mesmo em plataformas de muito tráfego. Ela diz ser responsável pelo “proxy de aproximadamente 20% da web“, isso sem estar vinculada a um provedor de nuvem.

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A empresa oferece um pacote robusto de serviços para web. (Imagem: Divulgação/Cloudflare)

Para além dos serviços de CDN, a Cloudflare ainda fornece outras possibilidades de gerenciamento de um negócio digital:

  • Serviços de DNS com tempo de resposta de 11 ms em média;
  • Um ambiente completo de tecnologia da informação (TI) que inclui ferramentas de otimização de desempenho;
  • Um pacote de segurança unificada que age até contra ameaças de IA, além de proteger dados de clientes e especialização em reduzir danos ataques DDoS; 
  • A possibilidade de criar e implantar aplicativos full stack em qualquer lugar com armazenamento e rede integrados;

A origem e a rápida ascensão da Cloudflare

A Cloudfare foi fundada nos Estados Unidos em 2009 por Matthew Prince, Lee Holloway e Michelle Zatlyn. Ela nasce do projeto Honey Pot, uma iniciativa de monitoramento e filtro de spam e outras ameaças digitais que tinha como objetivo “rastrear comportamento mal-intencionado on-line”.

A ideia partiu de conversas entre Matthew, então cursando um MBA na tradicional Harvard Business School, e Michelle, que ainda não fazia parte do projeto e se interessou pela ideia. Só que a dupla ampliou o potencial do serviço, apresentou as bases dele como projeto e até recebeu um prêmio na instituição pelo plano de negócios.

A fundação da Cloudflare acontece após o lançamento do primeiro protótipo, desenvolvido principalmente por Lee e já com a ideia de ser um firewall na nuvem — ou seja, uma barreira de proteção para a navegação de serviços online.

No fim de 2009, ela já recebe o primeiro financiamento e começa a expansão e, meses depois, apresenta o projeto ao mercado formalmente no tradicional evento TechCrunch Disrupt. A companhia explodiu em popularidade rapidamente, levantando US$ 525 milhões na oferta pública de ações (IPO) feita em 2019.

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Michelle, Lee e Matthew. (Imagem: Reprodução/Cloudflare)

Do trio original da empresa, Matthew segue como gerente executivo da Cloudfare, enquanto Michelle é a atual chefe de operações (COO). Lee foi diagnosticado há alguns anos com uma doença degenerativa caracterizada como demência frontotemporal e hoje recebe cuidados em casa, sem meios de voltar a trabalhar.

As quedas e instabilidades

Quedas na Cloudflare são tão impactantes justamente pelo serviço de redirecionamento e conectividade fornecidos pela empresa. Se ela mesma sai do ar por problemas de DNS, por exemplo, o tráfego para sites e aplicativos é comprometido pela ausência de retorno aos comandos por parte dos seus servidores.

Falhas desse tipo não costumam ser comuns, mas a instabilidade recente de serviços que atuam na infraestrutura da nuvem global tem mostrado o quanto uma grande parcela da rede é hoje dependente de poucos nomes que atuam em áreas próximas.

Uma queda recente no Amazon Web Services (AWS) no fim de outubro de 2025, por exemplo, gerou uma instabilidade global por horas em serviços como lojas digitais e companhias aéreas — o AWS fornece servidores de hospedagem e gerenciamento de plataformas inteiras.

ℹ️ Note: A wide range of online services are currently experiencing disruptions due to a technical issue affecting Cloudflare’s global network; incident not related to country-level internet disruptions or filtering pic.twitter.com/PvNU0MecMq

— NetBlocks (@netblocks) November 18, 2025

Serviços como Microsoft Azure e Google Cloud, quando encontram problemas similares, também tendem a virar notícia por comprometer tantos clientes mesmo que apenas por poucas horas.

Quais são as falhas mais comuns em planejamento de empresas que hoje dependem da nuvem para atuar? Confira mais sobre o tema nesta coluna do TecMundo!

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