Um meteoro bola de fogo cortou o céu da região central do Rio Grande do Sul na madrugada desta terça-feira (18). Com duração de impressionantes quatro segundos, o fenômeno ocorreu às 2h37 (pelo horário de Brasília) e proporcionou um verdadeiro espetáculo, registrado pelas câmeras do observatório do Bate-Papo Astronômico, em Santa Maria.
Mesmo com a cobertura de nuvens, o meteoro também foi parcialmente captado pelo observatório do Clube de Astronomia do Campus Santo Ângelo do Instituto Federal Farroupilha, na região das Missões, no noroeste do estado. As imagens obtidas pelos dois observatórios ajudam a documentar a passagem do objeto. Ambos fazem parte da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon).
Meteoro com impressionantes 4 segundos de duração cruza o céu no Rio Grande do Sul. Crédito: Fabrício Colvero/Bate-Papo Astronômico#OlharDigital #Meteoro #BoladeFogo pic.twitter.com/ZKoNNTOsKE
— Olhar Digital (@olhardigital) November 18, 2025
Chuva de meteoros Leônidas estava no auge na noite passada
Segundo Fabricio Colvero, responsável pelo projeto Bate-Papo Astronômico, apesar da magnitude do meteoro, o objeto desintegrou-se completamente na atmosfera e não representa riscos. “Este, sem dúvidas, figura entre os mais belos registros de nosso observatório. Toda manhã, quando revisamos as estações, esperamos ansiosamente por momentos como este”, destaca Colvero.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, as duas últimas noites foram marcadas pelo pico da chuva de meteoros Leônidas, que acontece todos os anos nesta mesma época, quando a Terra, em seu movimento em torno do Sol, atravessa uma trilha de detritos deixada pela passagem do cometa 55P/Tempel-Tuttle.

No entanto, de acordo com Colvero, apesar de ter uma característica semelhante, que é a longa duração, aparentemente o meteoro observado no RS não pertence à chuva Leônidas, pois ele vem de outro radiante. “Não foi possível fazer uma análise detalhada porque essa câmera que capturou é destinada ao registro de raios, ela não possui os parâmetros técnicos adequados para meteoros, e a de Santo Ângelo registrou parcialmente”, explicou o astrônomo.
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O que é um meteoro “bola de fogo”?
Quando pequenas rochas espaciais, chamadas meteoroides, entram na atmosfera terrestre a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos minúsculos aquecem o ar e produzem um intenso clarão, que os astrônomos chamam de meteoro (popularmente conhecidos como “estrelas cadentes”).
Esses eventos são apenas luminosos – não são objetos físicos. “Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Bramon e colunista do Olhar Digital.

De acordo com a Sociedade Americana de Meteoros (AMS), quando o brilho de um meteoro é igual ou superior ao de Vênus (magnitude -4), ele é classificado como “bola de fogo”. Se for ainda mais intenso, com explosão e possível estrondo audível, é chamado de “bólido”.
E não há motivo para preocupação, pois esses fenômenos são inofensivos. Quase sempre o meteoroide se desintegra completamente antes de chegar ao solo. Em raros casos, pequenos fragmentos (os chamados meteoritos) atingem a superfície.
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