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Como o mercado de bicicletas elétricas pode impulsionar a economia brasileira

by Fesouza
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A mobilidade elétrica leve deixou de ser uma promessa distante para se tornar um motor real da economia brasileira. A combinação entre regulamentação, produção nacional e mudança de comportamento urbano tem potencializado o crescimento do setor de mobilidade elétrica leve no Brasil.

A Resolução 996/2023 do Contran foi um dos pontos de virada. Ao esclarecer as definições legais sobre bicicletas elétricas, veículos autopropelidos e ciclomotores, o país ganhou um marco que trouxe segurança jurídica para fabricantes, importadores e consumidores. Estabelecer parâmetros de potência, velocidade e itens obrigatórios criou um ambiente de previsibilidade. E, com ele, um novo ciclo de investimentos.

O resultado começa a aparecer nos números. O mercado de bicicletas elétricas cresceu 7,2% em 2024, com 53,5 mil unidades produzidas ou importadas, e deve registrar um salto de até 55% em 2025, segundo projeção da Aliança Bike divulgada no último mês de setembro. Esse avanço representa um faturamento anual de R$ 511 milhões, com impacto direto em diferentes elos da cadeia produtiva, desde a montagem e distribuição ao pós-venda e serviços técnicos.

O crescimento da produção nacional reforça essa tendência: com regras mais claras sobre potência, luzes e freios, fábricas instaladas no país passaram a investir mais em tecnologia e estrutura, reduzindo a dependência de importações e ampliando a geração de empregos locais. A produção de scooters e bicicletas elétricas com baterias removíveis, por exemplo, já se tornou realidade em diferentes polos industriais.

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O mercado brasileiro de bicicletas elétricas segue registrando aumento no número de adeptos. (Imagem: Shutterstock/Reprodução)

A regulamentação também consolidou um novo equilíbrio de mercado e, hoje, as bicicletas elétricas com pedal assistido representam cerca de ¼ das vendas totais de elétricos leves, enquanto os autopropelidos (modelos com acelerador) respondem por aproximadamente ¾. Essa divisão mostra que o consumidor está cada vez mais atento às diferentes possibilidades de mobilidade elétrica e à adequação de cada tipo de veículo às normas vigentes.

Em menos de uma década, o número de bikes elétricas em circulação no Brasil saltou de 7,6 mil em 2016 para 284 mil em 2024. O dado mostra o potencial desse mercado para movimentar a economia de forma sustentável, estimulando cadeias produtivas locais, reduzindo custos de deslocamento e oferecendo uma alternativa limpa e eficiente para o transporte urbano.

A mobilidade elétrica leve, portanto, não é apenas uma tendência de consumo, é parte de uma nova estratégia industrial e econômica. Com a regulamentação consolidada, a expansão da produção nacional e o aumento da demanda, o Brasil tem a oportunidade de transformar esse mercado em um vetor permanente de crescimento e inovação.

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