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Seguradoras se movem para excluir IA de suas coberturas

by Fesouza
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Grandes companhias de seguros dos Estados Unidos, como Chubb e W.R. Berkley, passaram a pedir autorização para excluir riscos ligados à IA de suas apólices. Segundo o TechCrunch, para essas empresas, a tecnologia ainda funciona como uma espécie de “caixa-preta” difícil de prever.

E o receio não é exagero. Com o uso crescente, basta um único erro para que milhares de sinistros apareçam ao mesmo tempo – um cenário que nenhuma seguradora quer ver no próprio balanço.

A inteligência artificial deixou de ser promessa e se tornou infraestrutura mental, transformando decisões, fluxos de trabalho e experiências cotidianas (Imagem: simon izquierdo/iStock)
Crescimento do uso de IA preocupa seguradoras, que temem milhares de sinistros simultâneos causados por uma única falha. Imagem: simon izquierdo/iStock

Por que a IA virou uma dor de cabeça para as seguradoras

Seguradoras tradicionais já vêm soando o alarme sobre a inteligência artificial. De acordo com o Financial Times, parte delas tenta se afastar da responsabilidade por danos gerados por modelos de IA, alegando que esses sistemas operam de forma opaca demais para garantir qualquer controle real.

Um subscritor chegou a resumir o desconforto com uma frase direta: os resultados dos modelos são “uma grande caixa-preta”.

Um modelo do Google apontou falsamente irregularidades em uma empresa de energia solar, resultando em um processo de US$ 110 milhões.
Um modelo do Google apontou falsamente irregularidades em uma empresa de energia solar, resultando em um processo de US$ 110 milhões. Imagem: JRdes / Shutterstock.com

Casos reais que assustam

E motivos não faltam. Há exemplos recentes que mostram como um deslize de IA pode se transformar em um problemão:

  • Um modelo do Google acusou injustamente uma empresa de energia solar de irregularidades, gerando um processo de US$ 110 milhões.
  • A Air Canada teve prejuízo após seu chatbot oferecer, sozinho, um desconto indevido.
  • Golpistas clonaram digitalmente a voz de um executivo da Arup e roubaram US$ 25 milhões em uma videochamada que parecia legítima.

Esses episódios deixam claro porque as seguradoras não estão pensando apenas em incidentes isolados. O risco é outro: o efeito dominó.

Golpistas clonaram digitalmente a voz de um executivo da Arup e roubaram US$ 25 milhões em uma videochamada que parecia legítima, o que eleva a preocupação das seguradoras.
Golpistas clonaram digitalmente a voz de um executivo da Arup e roubaram US$ 25 milhões em uma videochamada que parecia legítima, o que eleva a preocupação das seguradoras. Imagem: Tero Vesalainen / Shutterstock.com

O pior cenário é o “efeito dominó”

O temor maior não é uma falha pontual, mas um colapso em cadeia. Como explicou um executivo da Aon, as seguradoras conseguem absorver até US$ 400 milhões (R$ 2,15 bilhões) de prejuízo envolvendo uma única empresa. O problema é quando uma falha ampla gera milhares de pedidos de indenização simultaneamente, algo para o qual o setor simplesmente não está preparado.

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Se as companhias decidirem excluir totalmente os riscos ligados à IA, isso pode desacelerar o uso da tecnologia ou, no mínimo, obrigar empresas a repensarem onde e como aplicam esses modelos em tarefas críticas.

Para usuários e negócios, o momento pede cuidado. A IA continua poderosa, mas também carrega riscos reais, e talvez seja hora de tratá-la como algo que precisa ser gerenciado com muito mais atenção, e até com um novo tipo de seguro.

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