Documentos analisados pela Bloomberg e pelo site investigativo SourceMaterial mostram que a rede de data centers da Amazon é bem mais extensa do que a companhia revela publicamente.
Segundo os arquivos, a Amazon Web Services (AWS) opera mais de 900 instalações em mais de 50 países, incluindo grandes complexos nos EUA e centenas de centros alugados, conhecidos no setor como colocations ou “colos”.

Presença global invisível e dependência de estruturas alugadas
- A AWS mantém parte significativa de sua infraestrutura em edifícios de terceiros, ocupando desde alguns racks de servidores até praticamente instalações inteiras em cidades como Frankfurt e Tóquio.
- No início de 2024, a empresa dependia de mais de 440 data centers de colocation e mais de 220 pontos de borda, usados para acelerar o tráfego entre redes corporativas e a infraestrutura da Amazon.
- A empresa não divulga a localização exata de seus centros por motivos de segurança. Ainda assim, o levantamento indica que a AWS é uma das maiores locatárias de colocation do mundo — uma estratégia que oferece flexibilidade operacional num momento em que cresce a demanda global por serviços de IA.
- Porta-vozes da companhia afirmam que o modelo, que combina propriedades próprias e instalações alugadas, é motivado pela necessidade de acompanhar o ritmo de uso dos serviços.
- A AWS continua sendo a divisão mais lucrativa da Amazon, com US$ 33 bilhões em receita no terceiro trimestre.
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Expansão acelerada e novos investimentos bilionários em IA
Além da expansão global, a Amazon anunciou que investirá até US$ 50 bilhões em nova infraestrutura dedicada ao governo dos EUA, com obras previstas para começar em 2026. O plano inclui 1,3 gigawatts de capacidade adicional para data centers e acesso a ferramentas avançadas de IA, incluindo modelos da Anthropic e chips Trainium da própria Amazon.
O movimento ocorre em meio a uma corrida global por capacidade de computação para inteligência artificial, liderada por gigantes como Microsoft, Google e Oracle. Segundo o CEO da AWS, Matt Garman, o investimento “posiciona os Estados Unidos para liderar a era da IA”.

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