Um estudo publicado no dia 1º de dezembro pelo Journal of Vertebrate Paleontology, mostrou que pesquisadores liderados pela University of Cambridge analisaram 183 vértebras fossilizadas de cobras do grupo das anacondas, também conhecidas como sucuris, encontradas no que hoje é a Venezuela, representando ao menos 32 serpentes.
O que o estudo revelou
- Os especialistas chegaram à conclusão de que as sucuris alcançaram tamanhos similares aos de hoje já entre 12,4 e 5,3 milhões de anos atrás, na faixa da época geológica do Mioceno Médio ao Superior.
- Enquanto muitas espécies daquela época, como grandes jacarés e tartarugas gigantes de água doce, reduziram de tamanho ou desapareceram com as mudanças climáticas e ambientais, as anacondas seguiram outro rumo. Mesmo com o aquecimento global e os ambientes úmidos e ricos em recursos naturais daquela era, as cobras não se tornaram maiores; em vez disso, mantiveram um porte que já era considerado “grande” desde então, uma tendência incomum para a vida na Terra.
- Ao estimar os comprimentos com base nas vértebras fossilizadas, os cientistas verificaram que os exemplares do Mioceno mediam cerca de 5,3 metros — equivalente ao tamanho médio das anacondas modernas.
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Ambiente, sobrevivência e especialização
A explicação para essa resistência evolutiva parece estar no habitat: desde o Mioceno até hoje, as anacondas habitam em ambientes que continuam oferecendo calor, água e alimento em abundância, como os citados na legenda da imagem acima. Esse espaço ecológico estável e favorável permitiu que as cobras preservassem seu tamanho e longevidade ao longo de milhões de anos.
Segundo os autores do estudo, a anaconda teria atingido seu porte adulto característico pouco depois de surgir na América do Sul tropical, há aproximadamente 12,4 milhões de anos, e ao longo de toda sua história evolutiva, não apresentou indícios de variação significativa no tamanho.
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