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Review: Metroid Prime 4 Beyond coloca Samus Aran ainda mais poderosa em nossas mãos

by Fesouza
10 minutes read

A espera por um novo Metroid Prime já era longa quando o novo game da franquia foi anunciado durante o The Game Awards de 2017, mas mal sabíamos que quase 8 anos se passariam até vermos o título sendo lançado. Na época, o jogo foi prometido para o recém lançado Nintendo Switch, mas hoje vemos Metroid Prime 4: Beyond chegando também ao Switch 2 com melhores opções para a resolução e performance do jogo.

É claro que após tanto tempo, não dá para deixar de imaginar se o game realmente faz jus à qualidade com a qual estamos acostumados quando o assunto é Metroid Prime. Isso fica ainda mais evidente sabendo que o desenvolvimento foi reiniciando quando a Nintendo não ficou feliz com o rumo que game estava tomando e passou o projeto da Bandai Namco para a Retro Studios. 

Por cortesia da Nintendo, tivemos a oportunidade de jogar Metroid Prime 4: Beyond na integra e te contamos todas as nossas impressões nessa análise completa. Confira!

Samus de volta à ação

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Sendo muito sincera, mesmo com essa espera longa, eu nunca tive expectativas específicas de como Metroid Prime 4: Beyond deveria ser.  Achava apenas que seguiria a fórmula que já conhecemos tão bem da franquia e teria algumas novidades interessantes, mas sem inovar tanto no geral. 

Até por isso, acredito que o jogo me surpreendeu positivamente em muitos aspectos, mas ainda deixou a desejar em certas áreas. Logo em seus primeiros minutos, deu para ver que a Retro Studios caprichou bastante no visual do game, além da incrível ambientação dos cenários que temos a oportunidade de explorar durante a nova aventura de Samus. 

Apesar de ter bons momentos, a trilha sonora é minimalista na maior parte do tempo e serve mais para criar a atmosfera dos locais que visitamos. Para deixar claro, eu joguei o game inteiro no Switch 2, então ainda pude aproveitar da resolução em 4K com 60fps, embora fosse possível jogar em Full HD com 120fps também. 

Já em relação aos controles, vale dizer que usei o Pro Controller na maior parte da jornada. Em alguns momentos, também testei os controles híbridos com sensor de movimento com os Joy-Cons e também na posição de mouse. Eles funcionam bem, ainda mais se você usá-los dessa forma desde começo para se acostumar, mas eu ainda preferi o esquema tradicional.

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O jogo conta com tutoriais básicos ao longo de sua duração conforme você destrava novas habilidades, mas nada que interrompa demais o fluxo do gameplay. Se preferir, você pode até desligar os tutoriais e textos de ajuda. 

Falando nisso, é possível selecionar a dificuldade “fácil” ou “normal” na sua primeira partida, sendo que modo “difícil” só é destravado após zerar o game uma vez no “normal”. Eu achei essa dificuldade média bem equilibrada no geral, com algumas seções exigindo uma atenção extra, mas nada que seja muito frustrante como alguns acharam em Metroid Dread, por exemplo. 

Bem-vindo à Viewros

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Como já sabíamos de detalhes revelados pela Nintendo, em Metroid Prime 4: Beyond, Samus Aran é transportada para um planeta chamado Viewros durante uma missão e precisa encontrar uma maneira de voltar para casa. Ao explorar o local, Samus descobre que o planeta era o lar de seres conhecidos como Lamornianos, um antigo povo que estava à beira de extinção quando revolveu sair em busca do “Ser escolhido”. 

Segundo uma profecia, essa pessoa viria ao planeta e transmitiria a história e sabedoria dos Lamornianos à posterioridade, garantindo que o espírito deles permaneceria vivo. É claro que nossa protagonista acaba sendo vista como essa escolhida.

Eventualmente descobrimos que precisamos encontrar cinco chaves para ativar um transportador em uma torre central para irmos embora de Viewros, o que se torna nossa prioridade. Para encontrar essas chaves, exploramos diferentes partes e biomas do planeta, o que é o pano de fundo perfeito para aquele gameplay que adoramos em Metroid Prime. 

Ao longo dessas aventuras também descobrimos mais sobre os Lamornianos, incluindo o que levou à ruína dessa civilização. Não vou dar detalhes aqui, mas é uma trama interessante, embora realmente seja um elemento secundário para o gameplay em si.

A boa notícia é que como o jogo está com seu texto totalmente localizado em português, você poderá aproveitar toda a trama do jogo, as curiosidades sobre os lamornianos e os diálogos entre os membros da Federação sem qualquer problema. Como você precisa escanear objetos, inimigos e partes do cenário com frequência para saber o que fazer em seguida, isso também ajuda bastante.

A escolhida

Por ser a escolhida dos Lamornianos, Samus ainda recebe poderes psíquicos, podendo controlar e interagir com a tecnologia do povoado sem problemas. Além disso, a cada nova parte do planeta que exploramos, também destravamos novas habilidades e aprimoramentos importantes para nossa protagonista. Naturalmente, é preciso revisitar locais já explorados depois que você recebe algo novo, já que novas possibilidades vão se abrindo. Isso é algo primordial da franquia, mas acredito que o ritmo podia ser diferente aqui.

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Digo isso porque que há momentos em você precisa voltar para o mesmo local várias vezes seguidas para pegar algo que será necessário para outra área ou objetivo posterior. Como não há nenhum sistema de viagem rápida, isso quebra o ritmo do game e você acaba tendo que viajar por uma área aberta com sua moto, conhecida como Vi-O-La. 

Essa parte do mapa que conecta os diferentes biomas do game se chama Vale do Sol e possui apenas algumas outras estruturas e segredos espalhados, então não é tão interessante de se explorar, tornando essa tarefa em algo entediante. Até há alguns puzzles legais e pequenos cômodos subterrâneos que você pode encontrar pelo Vale do Sol, mas essa área definitivamente torna o gameplay em algo mais arrastado. 

Felizmente, os cinco biomas disponíveis são bem divertidos de se explorar, trazendo diferentes elementos da natureza, puzzles interessantes e um bom equilíbrio entre exploração e combate, além das esperadas lutas com chefes. Também achei que o jogo faz um bom uso de todas as habilidades que Samus aprende ao longo da aventura, sendo necessário sempre lembrar do que você tem em seu arsenal quando se sentir preso em algum local.

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Algo negativo é que senti que muitos puzzles ou problemas tinham resoluções fixas demais. Ou seja, você só podia progredir ao realizar uma ação muito específica mesmo quando naturalmente haveriam outras possibilidades disponíveis. 

Um exemplo disso era uma porta que exigia uma explosão mais poderosa para ser estourada, mas dentre os três explosivos poderosos que tentei, apenas um deles foi considerado o correto pelo game. Em jogos lançados pós The Legend of Zelda: Breath of the Wild, eu considero isso algo muito defasado. É uma pena, porque a liberdade para resolver puzzles de forma mais aberta é algo que poderia elevar Metroid Prime para um nível bem mais inovador.

Cheia de amigos e inimigos

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Eu notei que muitas pessoas estavam com medo do personagem Myles Mackenzie ser um insuportável que seguiria Samus por toda sua aventura sem calar a boca ou parar de dar dicas do que a protagonista deveria fazer em seguida. Felizmente, isso não chegou nem perto de acontecer, já que Myles é apenas um dos diferentes membros da Federação Galactica que encontramos em nossa aventura em Viewros. 

Ele e alguns outros foram transportados para planeta junto com Samus e também querem voltar para casa, oferecendo ajuda à nossa causa, mas sem se intrometer demais. Myles geralmente fica no acampamento e pode nos ajudar com upgrades, enquanto os outros aparecem aos poucos e nos ajudam de outras formas. 

Em pontos chave do jogo, alguns deles podem lutar ao nosso lado e oferecer dicas se você estiver empacado, mas esses momentos duram pouco e são raros. No geral, eu realmente gostei de todos os personagens da Federação que conheci e não senti que a presença deles foi forçada de maneira alguma. Na dificuldade mais alta, é possível que tê-los em combate possa ser mais tenso, já que a missão atual pode falhar se deixar um deles morrer em combate, mas não é tão complicado mantê-los com saúde alta.

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Falando em combate, não dá para dizer que há uma grande variedade no design dos inimigos que vemos ao longo do game, o que dá para entender levando em conta certos aspectos da trama. É claro que isso pode tornar parte do combate em algo mais repetitivo com o passar da aventura, mas Metroid Prime 4: Beyond soube dosar as partes mais recheadas com lutas para que isso não se tornasse um problema. Já o design de inimigos maiores e de chefes é bem caprichado, sendo também necessário usar estratégias e habilidades diferentes para lidar com eles. 

A única parte ruim é que há pelo um chefe que parecia mais uma esponja de dano, ou seja, um inimigo que precisava de muitos golpes para sequer começar a tomar dano. Ele ainda tinha padrão de ataques bem legal, boa movimentação e necessitava que Samus utilizasse algumas habilidade diferentes para deixá-lo vulnerável, mas a luta se tornou mais longa e chata do que precisava eventualmente.

No total, após realizar toda a campanha principal e fazer alguns objetivos secundários, eu levei 15 horas para zerar Metroid Prime 4: Beyond, uma duração bem parecida com os outros jogos da franquia. É claro que se quiser fazer absolutamente tudo e pegar todos os upgrades, dá para aumentar bem esse tempo. Além disso, é preciso jogar pelo menos uma vez para destravar o modo mais difícil, como já mencionamos, então poderá aproveitar a aventura duas vezes se quiser embarcar em algo mais desafiador.

Vale a pena?

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Não tenho nem como imaginar se esse é realmente o jogo que os fãs mais fieis esperavam após tantos anos, já que isso acaba sendo algo muito mais pessoal do que objetivo. Da minha perspectiva, posso dizer que me diverti bastante e fiquei com vontade de voltar e terminar de explorar tudo que ficou para trás em Viewros. 

É claro que há alguns tropeços e elementos defasados no meio do caminho, mas nada disso atrapalhou de fato esse novo capítulo da franquia. Seja você um fã veterano ou alguém que nunca experimentou a série, acredito que Metroid Prime 4: Beyond vale muito a pena e te deixa com um grande gostinho de quero mais. Só esperamos que a futura aventura de Samus Aran não demore mais tanto tempo assim para chegar. 

Nota do Voxel: 90

Uma cópia de Metroid Prime 4 foi cedida pela Nintendo para review. O título chega para Switch 1 e 2.

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