O YouTube enfrenta questionamentos de especialistas após a revelação de que sua ferramenta de “detecção de semelhança”, criada para ajudar criadores a remover deepfakes, está vinculada à Política de Privacidade do Google — que permite o uso de conteúdo biométrico público para treinar modelos de IA.
A empresa afirmou para a CNBC que nunca usou esse tipo de dado para treinar sistemas e que revisará a linguagem do programa, mas não alterará sua política central.

Ferramenta cresce enquanto preocupações aumentam
- Lançada em outubro, a ferramenta identifica quando o rosto de um criador aparece de forma manipulada em vídeos enviados à plataforma.
- Para utilizá-la, o YouTube exige documento oficial e um vídeo biométrico. A companhia diz que esses dados servem exclusivamente para verificação de identidade e funcionamento do recurso.
- Até janeiro, mais de 3 milhões de criadores do Programa de Parcerias terão acesso ao sistema.
Especialistas, porém, alertam que a vinculação com a política de privacidade abre brechas para o uso futuro dos dados. Empresas que atuam na proteção de imagem, como Vermillio e Loti, afirmam que não recomendam a adesão ao serviço.
Para elas, a imagem dos criadores tornou-se um ativo estratégico em um momento em que vídeos gerados por IA se popularizam rapidamente.

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Criadores relatam uso indevido e pedem mais proteção
O médico e influenciador Mikhail Varshavski, o “Doctor Mike”, relata encontrar semanalmente deepfakes usando sua voz e rosto em anúncios falsos. Ele afirma que o risco cresce à medida que modelos como o Sora, da OpenAI, e o Veo 3, do Google, tornam mais fácil copiar pessoas públicas.
O YouTube diz estudar formas de monetização futura para usos não autorizados de imagem, mas ainda não apresentou prazos ou propostas concretas.

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