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XPENG Iron: o que é o robô humanoide que se move como uma pessoa

by Fesouza
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Um robô com aparência tão realista que os desenvolvedores precisaram cortá-lo ao vivo, no evento de apresentação, para provar que não se tratava de uma pessoa fantasiada de máquina. Este é o XPENG Iron, o humanoide desenvolvido por uma empresa chinesa que viralizou nas redes sociais.

Projetados para imitar o corpo humano, os robôs humanoides também são capazes de interagir com o ambiente. Além do Iron, outros têm ganhado destaque, como o Unitree G1, com habilidades de dança e artes marciais, e o 1X Tech Neo, que conversa e manuseia objetos, entre outras coisas.

O que é o robô Iron da XPENG?

Apontado como um dos robôs humanoides mais avançados da atualidade, o modelo desenvolvido pela fabricante de carros elétricos possui design realista. Isso inclui músculos artificiais e coluna vertebral biônica para movimentos fluidos.

Sua estrutura também é composta por pele sintética flexível, que cobre todo o corpo e até simula a temperatura humana. Toda essa combinação levantou questionamentos sobre a veracidade da máquina na conferência realizada em novembro, intrigando os espectadores.

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A marca chinesa precisou fazer um corte no robô para provar que o XPeng Iron não era uma pessoa fantasiada. (Imagem: XPeng/Divulgação)

Conforme a XPENG, ele pode ser personalizado para vários tipos de corpos, do magro ao mais robusto, dependendo das necessidades. Futuramente, a companhia também permitirá escolher até o gênero sexual, bem como adicionar diferentes estilos e tamanhos de cabelo e roupas.

Iron é um robô para atividades comerciais, com a sua utilização recomendada para escritórios, lojas e showrooms. Uma versão doméstica não está prevista, pelo menos inicialmente, devido a riscos de segurança em determinadas situações.

Como o XPENG Iron consegue se mover como um ser humano?

Os movimentos realistas do “Homem de Ferro” da montadora chinesa são fruto de engenharia avançada e diversas tecnologias. Também há poderosos chips de inteligência artificial contribuindo para que a máquina interaja com o ambiente sem maiores dificuldades.

A tecnologia utilizada no robô humanoide

Construído com base no conceito “nascido por dentro”, Iron apresenta 82 graus de liberdade em todo o corpo, o que garante movimentos mais naturais e suaves. Ele pode andar de maneira semelhante aos humanos e realizar ações de maior complexidade.

Outro destaque é a “junta harmônica” que proporcionou alcançar a escala de tamanho da mão de 1:1. Cada mão robótica traz 22 articulações, facilitando movimentações como dobrar e gesticular, reforçando as características realistas.

A naturalidade dos movimentos também está ligada à coluna artificial que equipa o conceito. Por meio dela, Iron atinge flexões muito mais amplas do tronco, ao mesmo tempo em que mantém o equilíbrio, inclusive quando parte da carcaça externa não estiver disponível.

A presença de baterias de estado sólido, que trazem polímeros ou cerâmicas substituindo os líquidos inflamáveis das células de íon-lítio tradicionais, também chama a atenção. Esse tipo de componente é mais seguro para os ambientes fechados em que o robô vai operar.

Além disso, a escolha por tal célula oferece uma autonomia muito maior e aumenta a vida útil do dispositivo — celulares da Samsung devem começar a utilizar a tecnologia a partir de 2026. De acordo com a marca, trata-se do primeiro robô humanoide com bateria 100% de estado sólido.

Inteligência artificial e robótica

No controle do mais novo humanoide chinês há três chips de IA Turing com capacidade computacional combinada de aproximadamente 3.000 trilhões de operações por segundo (TOPS). Isso o coloca como um dos robôs mais poderosos desenvolvidos até agora, conforme a Xpeng.

A título de comparação, processadores Intel Core Ultra 200V, que alimentam notebooks premium, alcançam somente 120 TOPS de desempenho, bem abaixo do que os chips do Iron. Além disso, ele é o primeiro equipamento a receber o modelo de grande escala da marca.

Batizado de “VLA 2.0”, o modelo foi criado especificamente para robôs, funcionando como um motor central para ações autônomas, fornecendo a capacidade de pensamento profundo e a tomada de decisões. Com isso, ele interpreta diferentes cenários e responde a partir de sinais visuais.

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O robô humanoide chinês é alimentado por um poderoso sistema de inteligência artificial. (Imagem: XPeng/Divulgação)

A empresa explica que o modelo de IA do Iron permitiu que ele aprendesse coreografias em poucas horas para a apresentação, por meio da observação de dançarinos humanos. Em etapas anteriores, ainda sem o VLA 2.0, foram necessárias várias semanas para os ajustes.

Esse modelo faz parte de um esforço mais amplo da XPeng rumo à “IA física”, conceito que reúne robótica e carros autônomos na mesma plataforma. Como parte da estratégia, ela apresentou um protótipo de carro voador, no início do ano, que promete revolucionar o transporte urbano.

XPENG Iron vs Tesla Optimus

Com investimentos bilionários e centenas de empresas, o que levantou preocupações quanto a uma possível bolha econômica, o mercado de robôs humanoides da China é um dos maiores do mundo. As empresas miram gigantes globais, como a Tesla, que se prepara para ingressar na área.

Batizado de Optimus, o robô da montadora de Elon Musk foi anunciado em 2021 e segue em desenvolvimento, embora apareça em eventos da marca. Rumores sugerem que a produção em larga escala começará em 2026 e as vendas um ano depois, mas atrasos em projetos como a picape Cybertruck deixam o cronograma em dúvida.

Por sua vez, o XPeng Iron está à frente do rival, demonstrando suas capacidades em ambientes de trabalho reais. Outra diferença entre eles é o design mais “humanizado” do bot chinês, marcado pelo seu maior grau de liberdade de movimentos.

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Iron tem um visual mais “humanizado” que o robô da Tesla. (Imagem: XPeng/Divulgação)

Ambos também se diferenciam nas aplicações. A versão da XPeng, que está em sua segunda geração, demonstrou capacidade de atuar em fábricas e será utilizada no setor comercial, como explicou a fabricante, ajudando no atendimento aos clientes e outras tarefas.

No caso do Tesla Optimus, Musk deixou claro que o foco principal é a sua utilização em linhas de produção, com o magnata da tecnologia prometendo fábricas lotadas de humanoides. Apesar disso, não se descarta a adaptação para outras tarefas, futuramente.

Quando o XPENG Iron estará disponível e quanto deve custar?

Um cronograma mais exato a respeito da disponibilidade do robô Iron da XPeng ainda não foi definido. Mas de acordo com o CEO da fabricante, He Xiaopeng, o plano é alcançar a produção em massa, em larga escala, até o final de 2026.

Se isso se confirmar, as primeiras unidades chegarão às lojas ainda em 2026 ou início de 2027. Detalhes relacionados ao preço do XPeng Iron também não foram revelados, mas a imprensa chinesa especula que o bot deverá custar a partir de US$ 120 mil, o equivalente a cerca de R$ 640 mil pela cotação atual, sem considerar impostos e taxas.

O preço poderá variar de acordo com a função escolhida para o robô com pele sintética e controlado por IA, que tem cerca de 1,70 m de altura e pesa 70 kg.

E você, acredita que os robôs humanoides serão adotados em larga escala ou a tecnologia não terá uma grande adesão, devido aos custos elevados? Interaja com a gente, comentando nas redes sociais do TecMundo.

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