Nos últimos dias, a Netflix virou alvo de revolta entre assinantes brasileiros do plano mais barato, o básico com anúncios. Nas redes sociais e em plataformas como o Reclame Aqui, usuários se queixaram de títulos populares que simplesmente “sumiram” do catálogo, exibindo um cadeado vermelho no lugar do botão de play.
Nas publicações, os usuários destacam que House of Cards e outras produções estão bloqueadas no plano mais barato. Para muitos, a surpresa veio acompanhada de uma teoria: isso teria relação com uma suposta compra da Warner Bros pela gigante do streaming.
A especulação ganhou força depois que alguns veículos ligaram o bloqueio de conteúdos às movimentações estratégicas envolvendo a Warner, avaliadas em cifras bilionárias. A narrativa parecia simples: a Netflix estaria reorganizando o catálogo após a aquisição.
O problema é que, na prática, a história não é bem essa — e a própria empresa já havia deixado isso claro antes mesmo da polêmica explodir. O ponto central é que o bloqueio de títulos não é uma novidade recente, nem algo causado por negociações com a Warner.
A limitação existe desde o lançamento do plano com anúncios, em novembro de 2022, e está diretamente ligado a contratos de licenciamento, algo que muitos assinantes só perceberam agora. Saiba mais detalhes sobre a polêmica a seguir.
O que está sendo bloqueado no plano com anúncios da Netflix
Nos últimos dias, assinantes do plano básico com anúncios, que custa R$ 20,90 por mês no Brasil, relataram não conseguir acessar produções como House of Cards e uma produção de Kung Fu Panda. Ao tentar assistir, a Netflix exibe uma mensagem direta: “não disponível no plano com anúncios devido a restrições de licenciamento”.
Esse plano oferece qualidade Full HD e permite duas telas simultâneas, mas inclui propagandas durante episódios e filmes. A contrapartida é justamente essa: o acesso não é integral ao catálogo, algo que não acontece nos planos básico sem anúncios (R$ 44,90) e premium (R$ 59,90).
Netflix já previa esse tipo de restrição desde o início
No próprio site oficial, a Netflix mantém um aviso claro sobre o funcionamento do plano com anúncios. Segundo a empresa, “quase todos os nossos filmes e séries estão disponíveis”, mas uma pequena parcela fica de fora por questões contratuais. Esses títulos aparecem sinalizados com um ícone de cadeado ao serem buscados ou encontrados no catálogo.
“House of Cards está indisponível no plano sem anúncios desde 2022.”
“Quase todos os nossos filmes e séries estão disponíveis na experiência com anúncios, mas uma pequena parte não está devido a restrições de licenciamento”, diz o comunicado no site oficial. “Esses títulos mostram um ícone de cadeado quando você faz buscas ou navega pelo catálogo da Netflix.”
Ou seja, não se trata de uma mudança repentina ou de uma nova política adotada agora. O que mudou foi a percepção do público, que passou a notar o impacto prático dessas limitações à medida que mais títulos conhecidos entram na lista de restrições.

A situação, inclusive, já rendeu polêmica no passado com a série The Walking Dead. A produção está há mais de dois anos no catálogo sendo bloqueada no plano com anúncios, o que já rendeu queixas em plataformas como o Reddit e no Reclame Aqui.
No caso de House of Cards, uma das primeiras grandes séries da Netflix, a história é ainda mais velha. A produção com Kevin Spacey está bloqueada no catálogo com anúncios desde o lançamento do plano, em novembro de 2022.
Na época, a Netflix também anunciou que outras grandes séries também estariam de fora do catálogo com propaganda, incluindo Arrested Development, que atualmente pode ser assistida na assinatura mais barata do streaming. Ou seja, dependendo de como vão as negociações contratuais, mais séries podem entrar, ou sair, do catálogo com anúncios.
Por que o licenciamento afeta o plano mais barato?
O motivo por trás do bloqueio de certos conteúdos está nos contratos firmados com estúdios e detentores de direitos. Nem todos autorizam que suas produções sejam exibidas em modelos de streaming com publicidade.
Quando isso acontece, a Netflix simplesmente não pode incluir esses títulos no plano com anúncios, mesmo que eles estejam disponíveis nos planos mais caros. Esse tipo de limitação é comum no mercado e tende a crescer à medida que as plataformas diversificam seus modelos de assinatura.

Na prática, o tipo de plano escolhido passa a influenciar diretamente não só a experiência, mas também o tamanho do catálogo acessível. A Netflix também não conta com um mecanismo para descobrir quais produções estão bloqueadas no plano com anúncios, então você só saberá quando buscar por um título.
Como a compra da Warner vai afetar a Netflix?
Enquanto o bloqueio de conteúdos não possui ligação com a compra da Warner pela Netflix, o negócio segue rendendo polêmicas. A gigante do streaming anunciou a aquisição por mais de US$ 80 bilhões, mas foi parada por uma oferta hostil da Paramount.
Nesta semana, a Warner formalmente recusou os mais de US$ 100 bilhões oferecidos pela Paramount para selar o negócio com a Netflix. Mesmo com o preço mais baixo, a empresa acredita que a compra pela gigante do streaming faz mais sentido no cenário atual.

Agora, a aquisição passará por um processo regulatório, o que pode fazer com que o negócio demore para ser concluído. Ou seja, a tendência é que a fusão das empresas ainda demore para acontecer, isso se nenhum órgão regulador optar pelo bloqueio do negócio.
Enquanto isso, HBO Max e Netflix seguem operando de maneira separada e sem impactar seus respectivos catálogos. No futuro, porém, a tendência é que as plataformas se unam, o que pode garantir grandes mudanças para usuários atuais.
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