Srinivasa Ramanujan, matemático autodidata da Índia, continua a surpreender o mundo mais de um século após sua morte. Seus resultados, produzidos sem formação formal, têm aplicações inesperadas em fenômenos científicos modernos, como buracos negros e teoria das cordas.
Mesmo vindo de uma pequena vila, Ramanujan deixou um legado de fórmulas e descobertas que inspiram matemáticos e físicos até hoje, mostrando que a genialidade não espera pelas condições ideais, explica o IFLScience.

A história de um prodígio improvável
Ramanujan nasceu em Chennai, na Índia, e desde cedo impressionava com cálculos complexos. Sem educação formal em matemática, ele enviou uma carta ao matemático britânico G.H. Hardy em 1913. A resposta de Hardy não só reconheceu sua genialidade, mas também iniciou uma colaboração que mudaria a história da matemática:
- Hardy destacou resultados novos e importantes, comparando Ramanujan a Euler e Jacobi.
- O matemático britânico reconheceu que suas descobertas só poderiam ter sido criadas por alguém excepcional.
- O talento de Ramanujan incluía domínio de frações contínuas, equações modulares e funções zeta, antes desconhecidas na prática.
“Eis um homem capaz de resolver equações modulares e teoremas complexos com precisão nunca antes vista”, escreveu Hardy em 1920.

Fórmulas que transcendem o tempo
Alguns dos resultados de Ramanujan, como métodos rápidos de cálculo de pi, são hoje fundamentais para a física moderna. Pesquisadores do Instituto Indiano de Ciência descobriram que suas fórmulas se aplicam à teoria de campos conformes, base de estudos da mecânica quântica e da teoria das cordas.
Ficamos fascinados pela maneira como um gênio trabalhando na Índia do início do século XX antecipou estruturas fundamentais do universo.
Aninda Sinha, professor do CHEP e autor sênior do estudo, em nota.
Entre os destaques:
- Identidades matemáticas que resolveram conjecturas décadas depois.
- Fórmulas de pi usadas em algoritmos de cálculo de até 200 trilhões de dígitos.
- Aplicações diretas em física teórica, incluindo buracos negros e matéria condensada.

Um gênio entre adversidades
Apesar do talento, Ramanujan enfrentou dificuldades ao viajar para Cambridge, lidando com problemas de saúde, mal-entendidos culturais e racismo. Hardy foi seu mentor, ajudando a refinar sua genialidade, mas Ramanujan faleceu aos 32 anos, em 1920.
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O chamado “Caderno Perdido” ainda inspira matemáticos, e suas conjecturas permanecem relevantes em pesquisas modernas.
“Embora eu tenha aprendido muito mais com ele do que ele comigo”, refletiu Hardy, “a perda poderia ter sido maior do que o ganho”.
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