O Xbox vive um dos momentos mais desafiadores de sua história, com queda nas vendas de consoles e críticas à estratégia da Microsoft no setor de jogos. Ainda assim, a empresa aposta em nuvem, serviços e multiplataforma para redesenhar seu futuro.
A mudança ocorre em meio à tentativa da Microsoft de alcançar jogadores além dos consoles tradicionais, afirma a CNBC.

Vendas em queda e pressão no mercado de consoles
Os números recentes mostram por que o debate ganhou força. As vendas do Xbox caíram 29% no primeiro trimestre fiscal de 2026 da Microsoft, enquanto a receita total da divisão de jogos recuou 2% em relação ao ano anterior. Os gastos com consoles caíram 27% em novembro, o pior desempenho para o mês em duas décadas.
Nesse contexto, o Xbox Series S e o Series X venderam cerca de 1,7 milhão de unidades no período, ficando bem atrás do Nintendo Switch e do PlayStation 5. A situação alimentou críticas públicas de ex-executivos da própria Microsoft e reacendeu previsões sobre o “fim” da marca como fabricante de consoles tradicionais.
Ainda assim, a Microsoft evita falar em derrota.
Não estamos no negócio de superar a Sony ou a Nintendo em termos de consoles.
Phil Spencer, CEO da Microsoft Gaming, à CNBC.

Do console ao ecossistema multiplataforma
Em vez de competir apenas em hardware, a Microsoft vem reforçando uma visão mais ampla. A ideia é tornar o Xbox um ecossistema acessível em diferentes telas, de consoles e PCs a TVs e dispositivos móveis. Satya Nadella, CEO da empresa, resumiu essa filosofia ao afirmar: “É curioso como as pessoas pensam em console e PC como duas coisas diferentes”.
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Essa abordagem já aparece em produtos e parcerias recentes, como controles portáteis e dispositivos compatíveis com jogos de PC e streaming. A própria liderança do Xbox indica que o console de próxima geração deve incorporar princípios vistos em portáteis e sistemas mais abertos.
Na prática, a estratégia busca atender dois públicos ao mesmo tempo: quem ainda quer um console dedicado e quem prefere jogar em outros dispositivos, sem investir em hardware específico.

Game Pass e nuvem no centro da estratégia
O pilar mais visível dessa transformação é o Xbox Game Pass. O serviço de assinatura cresceu rapidamente e já soma 34 milhões de assinantes, com receita anual próxima de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões). O plano básico custa US$ 9,99 (aproximadamente R$ 55), enquanto o Ultimate passou de US$ 19,99 para US$ 29,99 (em torno de R$ 135).
Entre os destaques dessa estratégia, estão:
- acesso a centenas de jogos por assinatura.
- expansão acelerada do cloud gaming.
- foco em jogos multiplataforma.
Segundo a própria Xbox, as horas jogadas via nuvem cresceram 45% em um ano. Mesmo com desafios técnicos e de custo, a empresa segue ampliando o acesso aos seus jogos.
O analista Michael Pachter resume a mudança: “em última análise, o mercado potencial é qualquer pessoa que queira jogar, e a Microsoft quer atender a esse mercado”.
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